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Polícia

PR: homem que cortou corda de trabalhador foi agredido na prisão um dia antes de morrer, diz defesa

Informação foi confirmada pela defesa de Raul Pelegrin, que diz que vai tomar providências para esclarecer circunstâncias da morte

30 abr 2024 - 23h13
(atualizado às 23h27)
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Raul Pelegrin foi preso após cortar corda de trabalhador que limpava fachada de prédio no PR
Raul Pelegrin foi preso após cortar corda de trabalhador que limpava fachada de prédio no PR
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A defesa de Raul Pelegrin, de 41 anos, preso após cortar a corda de um trabalhador que limpava a fachada de um prédio em Curitiba (PR), afirma que ele foi espancado na prisão um dia antes de morrer em um hospital de Piraquara, na região metropolitana da capital paranaense. 

O Terra teve acesso ao histórico de prontuário de Pelegrin, emitido pelo Sistema de Gestão de Execução Penal (Sigep) do Paraná. No dia 3 de abril, a administração da Casa de Custódia de Piraquara, onde Raul estava preso, foi informada de que ele estava sendo agredido em uma das celas. 

O preso, então, foi levado à enfermaria da unidade prisional e, em seguida, encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Piraquara. Após receber atendimento médico especializado, foi levado de volta à Casa de Custódia, já na noite do dia 3, e transferido de cela. 

Já na tarde do dia 4, Pelegrin foi transferido ao Hospital Angelina Caron, também na região metropolitana de Curitiba. Na manhã do dia 5, a Casa de Custódia foi informada de que Raul havia morrido. Ele faleceu em decorrência de pneumonia e infecção generalizada, informou a defesa. 

O advogado Adriano Bretas, que representa a família de Pelegrin, afirma que Raul foi 'brutalmente espancado' na prisão. O defensor aponta, também, que o acesso ao histórico de prontuário tinha sido negado pela Casa de Custódia e só foi liberado após ofício da Justiça paranaense. 

"Isso tudo foi escondido da defesa e somente agora, depois que a defesa insistiu judicialmente, é que esse fato está sendo esclarecido. Raul foi espancado, agredido às vésperas de sua morte", diz Bretas. 

A defesa explica, também, que requereu a instauração de inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte de Raul. Bretas aponta que representará sobre o caso na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Paraná, Ministério Público, Poder Judiciário e Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP-PR). 

O Terra questionou o Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná (Depen) sobre as circunstâncias da agressão. O espaço continua aberto para manifestação.  

Funcionário estava a 18 metros de altura quando morador da cobertura cortou corda que o segurava
Funcionário estava a 18 metros de altura quando morador da cobertura cortou corda que o segurava
Foto: Reprodução/RPC e Google Maps / Perfil Brasil

Entenda o caso

Pelegrin foi preso em flagrante no dia 14 de março, suspeito de tentar matar um trabalhador que, suspenso por uma corda, limpava a fachada de um edifício na Avenida Silva Jardim, no Bairro Água Verde, em Curitiba. Ele foi levado à Casa de Custódia em 27 de março, após conversão da prisão para preventiva. 

O trabalhador Mayck Ribeiro da Silva caiu 18 metros de altura quando Pelegrin, morador da cobertura, cortou o seu equipamento de trabalho com uma faca.

"A vítima só não caiu do sexto andar graças ao funcionamento de um dispositivo de segurança que impediu a queda. A denúncia é de homicídio tentado, com duas qualificadoras: uso de meio insidioso e de recurso que dificultou a defesa da vítima. O motivo do crime ainda é desconhecido", apontou o Ministério Público.

No entanto, cerca de três semanas após ser preso, Pelegrin morreu internado em um hospital em Campina Grande do Sul. Ele apresentava dificuldades respiratórias e foi hospitalizado com escolta policial.

Em nota ao Terra, a defesa de Pelegrin afirmou que notificou, desde a sua prisão, que Raul enfrentava problemas de dependência química, "doença que o acometia já há alguns anos, tendo inclusive já sido internado compulsoriamente". 

Os advogados afirmam que solicitaram a liberdade provisória de Raul, para que ele pudesse ser internado em uma clínica particular para tratamento especializado, em 16 de março. O pedido foi negado. Em seguida, a defesa entrou com um pedido de habeas corpus no TJ-PR, cuja liminar foi negada em 21 de março. 

A defesa afirma, também, que após o oferecimento da denúncia, foi pedida a revogação da prisão preventiva em 27 de março, cuja decisão estava pendente de apreciação. No mesmo dia, o Tribunal de Justiça negou o habeas corpus. Na ocasião, o relator do caso afirmou que "a manutenção da prisão possibilitaria uma desintoxicação de Raul".

Fonte: Redação Terra
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