Presos policiais que tentaram incriminar inocente por ataque
- Joyce Carvalho
- Direto de Curitiba
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná prendeu nesta quinta-feira um investigador e um delegado da Polícia Civil, além de quatro policiais militares acusados de tentar incriminar um inocente pelo crime ocorrido no Morro do Boi e que chocou o País em janeiro de 2009.
O casal de namorados Osíris Del Corso e Monik Pergorari Lima realizava uma trilha no Morro do Boi, no balneário de Caiobá, litoral paranaense, quando foi atacado por um homem. Osíris foi baleado ao tentar defender a namorada e morreu no local. Monik acabou sendo estuprada e também foi baleada pelo homem. A jovem só foi resgatada no dia seguinte e ficou paraplégica por conta da bala que atingiu sua coluna.
Segundo o Gaeco, o investigador Altair Ferreira Pinto e o delegado José Tadeu Bello, com a ajuda dos policiais Edison Pereira, Edmildo da Silva Mesquita, Paulo Roberto da Graça e Rodrigo Alves Barbosa, tentaram incriminar um homem pelo assassinato de Osíris e tentativa de homicídio de Monik. O motivo seria o irmão do investigador, Juarez Ferreira Pinto, que havia sido preso pelo crime. Ele havia sido reconhecido por Monik e preso em fevereiro de 2009, no Pontal do Paraná, e o caso já fora encerrado pela Polícia Civil.
No entanto, ao prenderem Paulo Delci Unfried por outros crimes, os policiais o teriam coagido a confessar que era o homem que atacou o casal no Morro do Boi. Com Unfried foram encontrada duas armas, sendo que uma delas foi identificada pelo Instituto de Criminalística como a usada contra Osíris e Monik. A suposta farsa veio abaixo quando Monik não reconheceu Unfried como seu agressor em uma acareação. Após isso, ele mesmo acabou afirmando que confessou o crime após ser torturado.
O investigador, o delegado e os policiais presos são acusados de fraude processual, formação de quadrilha, tortura e denúncia caluniosa. Eles estão presos em Curitiba. No ano passado, Juarez Ferreira Pinto foi condenado a 65 anos de prisão pelo crime do Morro do Boi.