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Polícia

Procurado pela Interpol e PF, André do Rap completa 4 anos foragido

Traficante foi solto por decisão do STF em 2020, mas fugiu após a soltura ser anulada ainda no mesmo dia

10 out 2024 - 17h34
(atualizado às 17h46)
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André de Oliveira Macedo, o André do Rap, acusado de chefiar o tráfico de drogas internacional do PCC no Porto de Santos
André de Oliveira Macedo, o André do Rap, acusado de chefiar o tráfico de drogas internacional do PCC no Porto de Santos
Foto: Divulgação/Polícia Federal

O traficante André Oliveira Macedo, mais conhecido como André do Rap, completa nesta quinta-feira, 10, quatro anos como foragido da Justiça. Sua fuga começou em 2020, após ter sido libertado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), assinada pelo ministro Marco Aurélio Mello, que, no mesmo dia, foi anulada por Luiz Fux, então presidente do STF. Mesmo com a ordem de recaptura, André do Rap não retornou à prisão, o que fez com que ele se tornasse um dos criminosos mais procurados do Brasil. 

André do Rap é considerado um principais nomes da cúpula do PCC, uma das facções criminosas mais poderosas do país. Ele foi condenado a 25 anos de prisão por tráfico internacional de drogas.

Seu envolvimento no envio de grandes quantidades de entorpecentes para a Europa, especialmente para a Itália, através do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, o colocou no radar das autoridades internacionais. A Polícia Federal e a Interpol estão em busca do traficante. 

Preso pela 1ª vez em 1996

A trajetória de André do Rap no crime começou cedo. Nascido em Santos, em 1977, ele cresceu na região do Guarujá, litoral paulista, próximo à Favela Portuária. Aos 19 anos, em 1996, foi preso pela primeira vez por tráfico de drogas.

Durante o tempo em que ficou preso na antiga Casa de Detenção, no Carandiru, Zona Norte de São Paulo, ele se aproximou de outros criminosos e do movimento do rap que surgia entre os detentos. Solto em 1999, André voltou a ser preso em 2003 pelo mesmo crime. Foi nessa nova passagem pelo sistema prisional que ele se tornou membro do PCC.

Sua ligação com o crime foi se intensificando e ele passou a atuar de forma mais expressiva no tráfico internacional. André também usava sua imagem como músico para disfarçar seus negócios ilícitos. Ele compunha raps exaltando a "vida loka", o crime, e a resistência contra o que chamava de "opressão do sistema".

Seus relacionamentos dentro da facção criminosa o levaram a se associar a outros traficantes, como Wagner Ferreira da Silva, o "Cabelo Duro", e Gilberto Aparecido dos Santos, o "Fuminho". Juntos, eles montaram uma rede de tráfico de drogas para a Europa, aproveitando-se da infraestrutura do PCC para realizar operações milionárias. 

Além do tráfico, André do Rap acumulava bens de luxo como uma lancha de R$ 6 milhões, um helicóptero de R$ 7 milhões e diversos imóveis de alto valor. Ele também patrocinava eventos como bailes funks e até mesmo times de futebol em comunidades da Baixada Santista. Segundo a inteligência policial, André do Rap e Fuminho acumularam grandes quantias de dinheiro ao utilizarem a estrutura da facção para seus interesses pessoais.

Em 2019, após passar cinco anos foragido, André foi capturado em uma mansão em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. A operação foi resultado de uma investigação da Polícia Civil de São Paulo, que conseguiu rastrear o traficante a partir de suas comunicações sobre a lancha milionária. No momento da prisão, foram apreendidos dois helicópteros, que André usava para se deslocar com rapidez e evitar ser capturado pelas autoridades.

No entanto, sua prisão não durou muito tempo. Em outubro de 2020, ele foi liberado com base em um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, que argumentou que o réu estava preso provisoriamente há mais de um ano sem uma condenação definitiva. Horas depois, o ministro Luiz Fux derrubou a decisão, destacando o risco que André do Rap representava à segurança pública, dado seu histórico de fugas e envolvimento com o tráfico internacional de drogas. Mas já era tarde demais — o traficante havia desaparecido e, desde então, permanece foragido.

Desde sua fuga, as autoridades têm investigado diversos locais no Brasil e no exterior, mas até o momento não há pistas concretas sobre seu paradeiro. Seu nome e foto estão na lista dos criminosos mais procurados pela Interpol, Polícia Federal e Polícia Civil. (*Com informações do Estadão Conteúdo)

Fonte: Redação Terra
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