Promotoria pede vídeo de agressão a gays na avenida Paulista
A Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de São Paulo requisitou nesta sexta-feira a gravação feita por câmeras de segurança de um prédio na avenida Paulista que registraram a agressão de quatro adolescentes e um adulto a três jovens, na manhã do último domingo. Os cinco foram detidos, mas liberados horas depois. As vítimas teriam sido atacadas por serem homossexuais.
O grupo agrediu um fotógrafo de 20 anos e dois estudantes, de 19 e 23 anos. Segundo o boletim policial, as agressões ocorreram em lugares e diferentes da avenida Paulista, uma das principais da cidade.
O fotógrafo e um dos estudantes, que estavam em um ponto de táxi, foram os primeiros a serem agredidos pelo grupo, segundo testemunhas. Os dois foram surpreendidos pelos cinco com socos e pontapés. O fotógrafo, cujo nome não foi divulgado, conseguiu correr e se refugiar em uma estação de metrô próxima. O outro rapaz ficou muito machucado e foi levado por policiais para o Hospital Osvaldo Cruz, onde passou a noite em observação.
Na sequência, ainda na avenida Paulista, os cinco jovens atacaram a terceira vítima, um rapaz de 23 anos, cujo nome também não foi divulgado. Um dos agressores chegou a quebrar uma lâmpada fluorescente na cabeça da vítima, que foi atendida no Hospital do Servidor Público Municipal. Após o segundo ataque e alertada pelas testemunhas, os policiais militares conseguiram deter o grupo.
As imagens captadas pelas câmaras do prédio, que foram exibidas pelas emissoras de TV, flagraram o momento em que um dos jovens é atingido por uma lâmpada fluorescente. Os cinco agressores caminhavam na mesma calçada em sentido contrário à vítima quando, sem nenhum motivo aparente, um deles ataca quebrando uma lâmpada com violência na cabeça da vítima, que não reage. Em seguida, o agressor volta a atacar, quebrando mais uma lâmpada no corpo do rapaz, que apresenta ferimentos no rosto e na cabeça.
Segundo nota divulgada pelo Ministério Público (MP), após analisar as imagens da câmara de segurança do edifício, os promotores irão adotar "medidas processuais e judiciais que o caso requer". A Polícia Civil investiga se as agressões foram motivadas por homofobia.