Prostituta diz ter usado faca de vítima para esquartejá-la
A prostituta Marlene Gomes disse ter usado um martelo para matar o motorista de ônibus Álvaro Pedroso e uma faca pertencente a ele para esquartejá-lo, em março deste ano. Ela participou da reconstituíção do crime feita pela Polícia Civil. Marlene não esclareceu, porém, quem deixou a cabeça do motorista na Praça da Sé, região central de São Paulo.
Além dela, também participaram da reconstituição Márcia Maria de Oliveira e Francisca Aurilene Correia da Silva, acusadas pelo Ministério Público (MP) de terem ajudado Marlene a matar o motorista. Durante a encenação, a garota de programa afirmou ter matado e esquartejado a vítima, que era seu amante, sozinha, e que as outras duas mulheres teriam apenas ajudado a carregar as partes do cadáver. Para o MP, as três desferiram os golpes fatais.
A autora do crime disse à polícia que Álvaro era um homem violento e que a teria agredido no banheiro do apartamento onde estavam após os dois terem mantido relações sexuais. Ela então o empurrou, ele caiu e bateu a cabeça na privada. Em seguida, a acusada pegou um martelo com o qual teria desferido o golpe que o matou.
Marlene afirmou que após constatar o óbito, pegou uma "faquinha" pertencente ao próprio motorista. "Me ajoelhei, pelada, e comecei a cortar pelo pescoço", relatou a prostituta. Márcia e Francisca a ajudaram então a colocar as partes do corpo dentro de sacos e em um carrinho de feira para em seguida deixá-los em diversos pontos do bairro de Higienópolis, na região central de São Paulo. Apenas a cabeça foi encontrada, dias após o crime, na Praça da Sé.
Denúncia
Segundo o promotor que assina a denúncia, Tomás Ramadan, Marlene, com quem a vítima se relacionava havia pelo menos cinco anos, sempre aos finais de semana, não teria se conformado com o fim do relacionamento proposto pelo motorista.
O motivo do rompimento, apontaram as investigações, foi o fato de a garota de programa, conhecida no meio como “Mole”, não corresponder a Pedroso. “Ele tinha um sentimento de amor para com ela, gostava mesmo, mas não era correspondido. E ela sempre desejou continuar com a atividade de prostituição”, disse o promotor. “Ela não suportou perder essa fonte fixa de renda, pois o considerava, de algum modo, muito mais que um cliente - chegou a apelidá-lo de ‘Boticário’ pelos presentes que ele levava para ela e para a filha”, disse Ramadan.
As três mulheres foram denunciadas por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. A expectativa do MP é que o trio possa ir a júri em até um ano.