Relembre cinco polêmicas do deputado Nikolas Ferreira
Escolhido para comandar a Comissão de Educação da Câmara, o deputado já teve conta bloqueada por espalhar fake news sobre as urnas
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi eleito presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados na última quarta-feira (6), em uma votação que contou com 22 votos favoráveis de um total de 37, havendo 15 votos em branco.
Ferreira, que substitui o deputado Moses Rodrigues (União-CE) na presidência da comissão, também mencionou sua intenção de abordar temas como o homeschooling e a violência nas escolas, além de pautar a votação do novo Plano Nacional de Educação (PNE).
Contudo, o novo presidente, que está em licença-paternidade, é conhecido por protagonizar polêmicas nas redes sociais e no plenário da Câmara Federal. Na tribuna, em um discurso transfóbico pelo Dia Internacional da Mulher, ele colocou uma peruca loira e, em tom de deboche, disse que "se sentia mulher", declarando que as "mulheres estão perdendo espaço para homens que se sentem mulheres", reforçando o tom preconceituoso.
Cinco polêmicas do deputado Nikolas Ferreira
Gordofobia contra influenciadora
O deputado federal ironizou um post da influenciadora Thais Carla, que se caracterizou como Globeleza semanas antes do Carnaval deste ano. "Tiraram a beleza e ficou só o Globo", disse Nikolas.
A dançarina afirmou que iria entrar com uma ação, pedindo uma indenização de R$ 52 mil, após ser alvo do comentário preconceituoso. Em resposta, o deputado gravou um pedido irônico de desculpas, afirmando que deu apenas sua "opinião".
Discussão no trem do Corcovado
Em setembro de 2021, Nikolas Ferreira foi barrado quando tentava visitar o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e não pôde embarcar no Trem do Corcovado. Conhecido por criticar medidas para reduzir o impacto da pandemia, ele não apresentou comprovante de vacinação contra a Covid-19. Após o episódio, nas redes sociais, comparou o passaporte da vacina e o trabalho dos funcionários do monumento a medidas nazistas.
Transfobia
Nikolas Ferreira responde por injúria racial após chamar a deputada Duda Salabert (PDT-MG), uma mulher trans, de "ele". "Ele é homem. É isso o que está na certidão dele, independentemente do que ele acha que é", afirmou o deputado em entrevista em dezembro de 2020, quando ambos eram vereadores de Belo Horizonte. Duda Salabert comemorou a decisão da Justiça de acatar a queixa-crime.
Além disso, em 2022, Nikolas divulgou uma gravação, onde uma adolescente transgênero de 14 anos usava o banheiro feminino de uma escola particular. O então vereador pedia o boicote da instituição de ensino por permitir que a aluna em questão utilizasse o mesmo banheiro que alunas cisgênero.
Nas imagens, a adolescente é questionada pela irmã de Ferreira, que menciona o nome da escola. O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) instaurou um inquérito para apurar o episódio.
Apoio a discurso golpista
Nikolas Ferreira teve as redes sociais retidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após compartilhar notícias falsas sobre as eleições e os atos golpistas de 8 de janeiro. Em uma live assistida por 415 mil pessoas, ele divulgou um dossiê repleto de informações não comprovadas sobre supostas fraudes no pleito -- o mesmo em que ele foi eleito.
Seu Facebook, Instagram, TikTok, Twitter e YouTube ficaram retidos entre 13 e 26 de janeiro. Porém, logo foram restabelecidos, após decisão do ministro Alexandre de Moraes. Moraes afirmou que o desbloqueio depende de Nikolas, que não deve mais compartilhar conteúdos inverídicos, sob pena de multa.
'Jesus não veio para o mundo para combater a desigualdade'
O parlamentar foi atacado nas redes sociais, pouco tempo depois das eleições, ao dizer que Jesus Cristo não tinha como propósito combater desigualdades. A declaração foi feita durante um debate contra Guilherme Boulos (PSOL), segundo deputado mais votado do país. Segundo Nikolas Ferreira, Jesus "veio pagar um preço que ninguém poderia pagar", e não acabar com a pobreza.
* Sob supervisão de Lilian Coelho