O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) confirmou nesta segunda-feira que recebeu uma ligação da ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, solicitando ajuda porque tinha medo de que o tatuador Fábio Raposo, suspeito de participação na explosão do rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, fosse torturado na prisão. O parlamentar, no entanto, negou que tenha qualquer ligação com o responsável pelo artefato e mesmo com a manifestante.
Ontem, o estagiário do advogado Jonas Tadeu, que representa Raposo, afirmou que recebeu ligações de Sininho afirmando que o suspeito que acendeu o rojão era ligado à Freixo. A polícia colheu o depoimento do estagiário e fez um termo de declaração. Para o deputado, a denúncia feita pelo advogado é frágil e beira o absurdo.
“Não tenho a menor ideia de quem foi o responsável por aquela ação que vitimou o Santiago, que é uma pessoa conhecida e querida de nós. Espero que o responsável seja identificado e responsabilizado. Sou radicalmente contra toda e qualquer violência e isso precisa ser investigado. Conheci a Sininho através da imprensa e esse número para o qual ela ligou é um número da Comissão de Direitos Humanos muito conhecido e antigo. Em que diz respeito a este termo, não tem o menor sentido durante um depoimento um telefonema de um advogado que diz que ouviu um depoimento, uma conversa que só ele ouviu, que a própria ativista nega. Isso precisa ser apurado", afirmou Freixo.
O deputado lamentou ainda a morte de Santiago e repudiou toda e qualquer forma de violência nos protestos. "Nao tem que ter bomba de lado nenhum. Participo das manifestações, sou militante há muitos anos. Ações violentas não representam meus métodos nem meu princípio."
Atingido em protesto, cinegrafista tem morte cerebral
. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no início da tarde do dia 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital, onde ficou internado no Centro de Terapia Intensiva desde a noite do dia 6.
O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.
De acordo com o delegado, Fábio está colaborando com as investigações, mas ainda não é possível afirmar se ele entrará no programa de delação premiada. A defesa do rapaz e a polícia estão em negociação, para que o tatuador possa colaborar ainda mais com a investigação.
8 de fevereiro - Delegado participou de uma entrevista coletiva na tarde deste sábado
Foto: Marcus Vinícius Pinto / Terra
7 de fevereiro - Polícia mostra rojões similares ao que teria atingido o câmera
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
6 de fevereiro - Um cinegrafista da Band foi atingido por uma bomba que estourou ao lado dele. Ele foi encaminhado ao Hospital Souza Aguiar
Foto: Daniel Ramalho / Terra
10 de fevereiro - O parlamentar, no entanto, negou que tenha qualquer ligação com o responsável pelo artefato e mesmo com a manifestante
Foto: Mauro Pimentel / Terra
10 de fevereiro - O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) confirmou nesta segunda-feira que recebeu uma ligação da ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, solicitando ajuda porque tinha medo de que o tatuador Fábio Raposo fosse torturado na prisão
Foto: Mauro Pimentel / Terra
10 de fevereiro - Cinegrafistas e outros profissionais da imprensa do SBT, Record, Globo, Band, Rede TV, agências de notícias e veículos alternativas colocaram seus equipamentos no chão em protesto contra a violência sofrida pela imprensa e contra a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade no Rio de Janeiro
Foto: Reynaldo Vasconcelos / Futura Press
10 de fevereiro - Cerca de 50 fotógrafos, jornalistas e cinegrafistas colocaram as câmeras no chão em frente à igreja da Candelária e fizeram um minuto de silêncio pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, que morreu após ser atingido por um rojão na cobertura de um protesto no Rio
Foto: Marcus Vinicíus Pinto / Terra
10 de fevereiro - Cerca de 50 fotógrafos, jornalistas e cinegrafistas colocaram as câmeras no chão em frente à igreja da Candelária e fizeram um minuto de silêncio pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, que morreu após ser atingido por um rojão na cobertura de um protesto no Rio
Foto: Marcus Vinicíus Pinto / Terra
10 de fevereiro - Cerca de 50 fotógrafos, jornalistas e cinegrafistas colocaram as câmeras no chão em frente à igreja da Candelária e fizeram um minuto de silêncio pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, que morreu após ser atingido por um rojão na cobertura de um protesto no Rio
Foto: Marcus Vinicíus Pinto / Terra
10 de fevereiro - Segundo delegado, caso fique comprovado que suspeitos agiam em bando organizado, ambos podem ser acusados também por formação de quadrilha
Foto: Daniel Ramalho / Terra
11 de fevereiro - O Disque-Denúncia lançou um cartaz com a foto do suspeito de jogar um rojão contra o cinegrafista da Band
Foto: Divulgação
11 de fevereiro - Cerca de 60 repórteres fotográficos, cinematográficos e jornalistas paralisaram suas atividades e fizeram uma manifestação em memória ao repórter cinematográfico Santiago Andrade
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
11 de fevereiro - Cerca de 60 repórteres fotográficos, cinematográficos e jornalistas paralisaram suas atividades e fizeram uma manifestação em memória ao repórter cinematográfico Santiago Andrade
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
12 de fevereiro - Delegado Maurício Luciano (esq.) anunciou a prisão do suspeito na Bahia. Ele concedeu coletiva horas depois no Rio de Janeiro ao lado do chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso
Foto: Mauro Pimentel / Terra
12 de fevereiro - Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, o delegado responsável pela investigação afirmou que Caio Silva de Souza é uma pessoa "tranquila" descrição corroborada por colegas de trabalho e vizinhos dele, que teriam ficado surpresos com a prisão
Foto: Mauro Pimentel / Terra
12 de fevereiro - Chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, disse que a polícia chegou primeiro ao Caio, suspeito de disparar o rojão que matou o cinegrafista da Bandeirantes Santiago Andrade, graças ao advogado
Foto: Mauro Pimentel / Terra
12 de fevereiro - Suspeito de ter lançado o rojão que matou cinegrafista da Band Santiago Andrade foi preso durante a madrugada na Bahia. Caio Silva de Souza foi apresentado pela polícia no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
12 de fevereiro - Ele foi preso no município de Feira de Santana, na Bahia, acusado de ser a pessoa que acendeu o artefato explosivo que vitimou fatalmente o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade
Foto: Mauro Pimentel / Terra
12 de fevereiro - Caio foi descrito como um jovem de família pobre, morador da Baixada Fluminense, e simpático com os vizinhos e colegas de trabalho, mas que se transformava ao chegar às manifestações
Foto: Mauro Pimentel / Terra
12 de fevereiro - Repórteres fotográficos e cinematográficos de São Paulo também realizaram homenagem ao cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, morto durante um protesto no centro do Rio de Janeiro na última quinta-feira
Foto: Nico Nemer / Futura Press
13 de fevereiro - O velório foi aberto à imprensa
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - Arlita Andrade, mulher do cinegrafista morto no protesto
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - Nas costas, uma frase: "poderia ter sido qualquer um de nós"
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - Cinegrafista Santiago Andrade é velado no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - Cinegrafistas da Band também usaram uma estampa na camiseta em homenagem ao amigo
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - Com uma camisa do Flamengo, a mulher de Santiago fez uma declaração de amor ao seu companheiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - O velório foi aberto ao público na manhã desta quinta
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - Diretor nacional de jornalismo da Band, Fernando Mitre, falou sobre a morte de seu colega de emissora