Rio teve 4 mil tiroteios em cinco meses de intervenção
Situações com troca de tiros no período foi 37% maior que nos cinco meses anteriores, de acordo com a organização Fogo Cruzado
No dia em que a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro completa cinco meses, balanço divulgado pela organização Fogo Cruzado, mostra que o número de tiroteios e disparos na cidade no período foi quase 37% maior do que nos cinco meses anteriores.
De acordo com a organização, que trabalha com informações coletadas por usuários, imprensa e pelas polícias, foram registrados 4.005 tiroteios e disparos entre 16 de fevereiro e hoje, contra 2.924 entre 16 de setembro de 2017 e 15 de fevereiro desse ano. Desse total, 690 episódios (17%) contaram com a participação de agentes de segurança, contra 316 (11% do total), verificados nos cinco meses anteriores.
O número de mortos após a intervenção em toda a cidade diminuiu quase 8%, segundo o aplicativo. Nas áreas com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), a queda foi de 33%. Mesmo assim, em toda a cidade, 637 pessoas morreram em decorrência de disparos de armas de fogo nos cinco meses de intervenção.
A Praça Seca aparece como a região mais conflagrada no período, com 159 disparos/tiroteios, 10 mortos e 10 feridos. Em 22 episódios, havia a presença das forças de segurança na região. A Vila Kennedy, primeiro bairro a receber uma operação do Comando da Intervenção Federal, aparece em segundo lugar, com 120 disparos de 16 de fevereiro para cá.
Em um ranking dos cinco bairros com mais tiroteios nos dois períodos, a Rocinha caiu da segunda posição para a quinta em número de episódios. A região registrou, porém, o maior número de mortos (18) e de feridos (10) no período. Por lá, as forças de segurança participaram em 19 episódios de troca de tiros, número menor apenas do que na Praça Seca.
A organização também levantou o número de tiroteios que terminaram com mais de três civis mortos desde a edição do decreto de intervenção, no dia 16 de fevereiro. Foram 28 episódios, quase todos nas Zona Norte e Oeste e em municípios da Região Metropolitana.
Já a Rocinha e a Urca, na Zona Sul, registraram o maior número de mortos em um único evento. Em março, oito pessoas foram mortas na Rocinha, durante confronto que envolveu policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar. E, no mês passado, sete corpos foram achados na Urca após uma troca de tiros no local entre policiais militares e bandidos que fugiam dos morros Chapéu-Mangueira e Babilônia, no Leme.