A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, que representa a família de Claudia Silva Ferreira, arrastada por uma viatura da Polícia Militar após ser baleada no morro da Congonha, em 16 de março, assinou nesta quarta-feira um acordo com o governo do Estado do Rio para pagamento de indenização por danos morais e materiais em razão da morte da auxiliar de serviços gerais.
O acordo determina ainda o pagamento de pensão aos familiares (viúvo e quatro filhos) de Claudia. A pensão será paga ao viúvo até a data em que Claudia completaria 65 anos (agosto de 2040). Aos filhos, a pensão será paga até que todos atinjam 21 anos, da seguinte forma: ao completar 21 anos, o filho mais velho deixa de receber e o valor passa a ser destinado ao segundo filho mais velho, que passa a acumular os dois pagamentos, até completar 21 anos. Ao completar 21 anos, o filho mais novo de Claudia estará recebendo, além da própria pensão, os valores referentes às pensões dos outros três irmãos mais velhos.
Para o defensor-geral do Estado, Nilson Bruno, o acordo mostra que o embate jurídico pode ser substituído pelo diálogo, fazendo com que as famílias tenham suas reparações consumadas o mais rápido possível. “O mais importante é preservar as vítimas. Essa tem sido a nossa postura. Buscar o diálogo, o consenso, evitando demandas judiciais desnecessárias, já que todos sabem o seu papel”, afirmou, após a assinatura do acordo.
O secretário estadual da Casa Civil, Leonardo Espíndola, disse que o acordo tem a intenção de ajudar a reparar o dano provocado à família. “Foi uma tragédia que chocou o País. Desde o primeiro momento, o governo do Estado se colocou à disposição da família, oferecendo todo apoio psicológico e assistencial. A intenção é dar suporte para ajudar os familiares de Claudia a se reestruturarem”, afirmou Espíndola.
Por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, o governo do Estado continuará dando apoio assistencial aos familiares. “Desde o início deste caso, estamos trabalhando o núcleo familiar, tratando, principalmente, das necessidades das crianças. O menino de 16 anos está tirando a documentação para ser inserido da Fundação da Infância e Adolescência (FIA), para ter qualificação profissional. Eles também serão cadastrados no programa Minha Casa, Minha Vida e iremos acompanhar o processo. Nossa equipe de assistentes sociais e psicólogos está se reunindo semanalmente com a família, para identificar as dificuldades, apoiar e agilizar a inserção deles nos programas de atendimento à saúde e complementação de renda”, informou o secretário João Carlos Mariano.
Claudia Silva Ferreira foi atingida por disparo em operação de policiais no morro da Congonha, em Madureira, no subúrbio do Rio de Janeiro, em 16 de março. Após ser baleada, ela foi colocada numa viatura da PM dentro do porta-malas, que se abriu no caminho para o hospital Carlos Chagas. A vítima acabou sendo arrastada por 300 metros e morreu.
Crianças participaram de novo protesto na tarde desta segunda em Madureira
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Morte de mulher arrastada durante tentativa de socorro da PM gerou revolta em comundiade na Zona Norte do Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Cláudia da Silva Ferreira, moradora de uma comunidade em Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro, tinha 38 anos
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Cerca de 50 moradores fecharam vias em protesto contra a morte de Cláudia da Silva Ferreira, baleada durante uma operação policial na manhã de domingo (16) na comunidade de Congonha
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Ao menos dois ônibus foram incendiados em protesto contra a morte da moradora, vítima de troca de tiros entre policiais e criminosos
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Moradores correm durante protesto contra a morte da moradora, que foi arrastada por uma viatura policial durante tentativa de resgate da vítima
Foto: Iauro Pimentel / Terra
Mulheres formam cordão em frente a policiais em Madureira: morte de Cláudia da Silva Ferreira, 38 anos, gerou revolta na comunidade
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Madureira viveu dois protestos em um mesmo dia em revolta à morte de uma mulher baleada durante tiroteio e depois arrastada em caro da PM
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Moradores correm carro da Polícia Militar durante protesto em Madureira
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Policial contém moradora durante protesto em Madureira
Foto: Mauro Pimentel / Terra
O porta-voz da PM, tenente-coronel Cláudio Costa, classificou a ação dos PMs como uma conduta que não é tolerável
Foto: Mauro Pimentel / Terra
"Todos têm medo da PM dentro da comunidade. Eles entram atirando, não pensam em ninguém. Eles mataram a minha mulher", afirmou Alexandre, marido de Cláudia, morta durante ação da PM
Foto: Mauro Pimentel / Terra
O marido de Cláudia, Alexandre Ferreira da Silva, 41 anos
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Familiares e amigos choram a morte de Cláudia da Silva Ferreira, 38 anos; segunda-feira de tristeza e revolta na Zona Norte do Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Moradores de Madureira, zona norte do Rio de Janeiro, protestaram nesta segunda-feira contra a morte de Cláudia da Silva Ferreira
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Cláudia foi baleada durante uma operação policial na manhã deste domingo na comunidade de Congonha
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Cláudia, que tinha 38 anos e não resistiu aos ferimentos, foi levada a um hospital por polciais, mas acabou arrastada por cerca de 250 metros durante o trajeto depois o porta-malas da viatura abriu
Foto: Mauro Pimentel / Terra
O protesto teve início por volta das 14h e reuniu cerca de 50 pessoas
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Moradores bloquearam a avenida Ministro Edgar Romero e a rua Leopoldino Oliveira, gerando transtorno ao trânsito local
Foto: Mauro Pimentel / Terra
"Eles não a socorreram, colocaram no carro como se fosse um cachorro. Não deixaram nem que a filha a acompanhasse", relatou Letícia Araújo, costureira de 27 anos, que estava em casa durante o tiroteio
Foto: Mauro Pimentel / Terra
"Amanhã vão fazer isso de novo, vai ficar por isso mesmo, não há respeito", contou Jaqueline Santo, pedreira de 39 anos e moradora da região
Foto: Mauro Pimentel / Terra
PMs acompanharam de perto o protesto
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Policiais estavam com armas em punho durante a manifestação dos moradores
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Viaturas da PM também foram usadas para cercar os moradores durante o protesto
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Policial aponta arma durante o protesto dos moradores
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Objetos foram queimados durante a manifestação
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Cerca de 50 moradores participaram do protesto pela morte de Cláudia
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Em reunião com o governador do Rio de Janeiro, a família de Claudia disse que passou à polícia nomes de testemunhas que viram ela caindo do carro. Na foto, da esquerda para a direita: o secretário de Assistência Social, Pedro Fernandes; o marido de Claudia, Alexandre Fernandes da Silva; um amigo da família Diego Gomes, e um irmão de Claudia, Julio Cesar da Silva Ferreira. Leia mais -
Foto: Marcelle Ribeiro / Terra
O marido de Claudia, Alexandre Fernandes da Silva, disse que espera punição para os culpados. "Nada vai trazer ela de volta", lamentou
Foto: Diego Reis/Polícia Civil / Divulgação
O secretário de Assistência Social do Rio, Pedro Fernandes, disse que o governador Sergio Cabral entende que esse é um caso de "extrema importância", mas segundo os parentes, se ela não tivesse caído do veículo, a morte dela seria apenas "mais um caso"
Foto: Diego Reis/Polícia Civil / Divulgação
O governador do Rio, Sérgio Cabral, recebe à família da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, baleada durante operação policial no Morro da Congonha
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
O governador do Rio, Sérgio Cabral, recebe à família da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, baleada durante operação policial no Morro da Congonha
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
Alexandre Fernandes da Silva, marido de Cláudia; Diego Gomes, amigo da família; Julio César Silva Ferreira, irmão de Cláudia; durante encontro com o governador Sérgio Cabral
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
Alexandre Fernandes da Silva, marido de Cláudia, durante reunião com o governador do Rio, Sérgio Cabral
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
Três policiais militares acusados de arrastar a auxiliar de serviços gerais Claudia Ferreira prestaram depoimento na delegacia de Madureira, zona norte da capital fluminense
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil
Júlio Cesar Ferreira, irmão de Claudia Ferreira da Silva, mostra marcas de tiro no local onde a auxiliar de serviços gerais foi baleada no Morro da Congonha
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
De acordo com o delegado titular, o trabalho de reconstituição é fundamental, pois sem ele fica impossível não só saber de onde partiu o tiro, mas também de qual arma partiu o disparo, uma vez que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) foi inconclusivo nesse sentido
Foto: Ale Silva / Futura Press
Familiares da vítima e testemunhas do caso também foram convocados
Foto: Ale Silva / Futura Press
Dois policiais estão presos e chegaram ao local algemados
Foto: Ale Silva / Futura Press
Participam deste trabalho de reconstituição os oito policiais militares que entraram na favela no fatídico dia 16 de março, quando Claudia foi baleada ao sair de casa para comprar pão
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
De acordo com o delegado titular da 29a DP (Madureira), Carlos Henrique Machado, o principal objetivo do trabalho é tirar "a dúvida sobre quem atirou em Claudia, se os PMs ou os bandidos. A nossa reconstituição é a nossa única forma de conseguir isso"
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
Polícia faz reconstituição da morte da dona de casa Claudia Silva Ferreira