RJ: Forças Armadas prorrogam prazo de atuação na Maré
Saída dos 2,4 mil homens do Exército do complexo de favelas da zona norte do Rio de Janeiro estava prevista para o final do mês. Reunião do governo do Estado com os ministros da Justiça e Defesa selou prorrogação indefinida do período
O governo do Estado do Rio de Janeiro, após reunião com o ministro da Defesa, Celso Amorim, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou na manhã desta terça-feira a prorrogação do prazo de atuação das Forças Armadas no Complexo da Maré, na zona norte da capital fluminense, e ocupado desde o fim de março.
O encontro envolveu o governador, Luiz Fernando Pezão, e também o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame. Atualmente, 2,4 mil homens do Exército atuam nas 12 favelas que formam o complexo e a transição para as forças de segurança do Estado estava prevista para ocorrer até o final deste mês.
"Entendemos as necessidades de segurança do Rio de Janeiro, no qual as Forças Armadas sempre estiveram presentes. Há um entendimento de que será necessária uma prorrogação e o resto está em discussão", explicou o ministro da Defesa, Celso Amorim em coletiva de imprensa posterior ao encontro.
"Consideramos esta uma operação exitosa", prosseguiu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. "Nós entendemos pela necessidade de uma prorrogação por um prazo que estamos debatendo e já discutindo uma transição de um cronograma que ainda será detalhado", disse ainda.
De acordo com o ministro da Justiça, um novo encontro com os mesmos participantes está agendado para o dia 11 de agosto para que se estabeleça um prazo final para a "passagem de bastão". "Estamos avaliando positivamente e vamos prorrogar, já debatendo a transição entre as forças de segurança e o ministério", explicou, sem dar detalhes se o efetivo continuará o mesmo.
A exemplo do que ocorreu no complexo de favelas do Alemão, as Forças Armadas servem de base agora para a ocupação da Maré até que se qualifique e monte o efetivo necessário da Polícia Militar para atuação nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) a serem instaladas na região.
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