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Polícia

RJ: milícia ameaça atuar em conjunto inaugurado por Dilma

Moradores teriam de pagar R$ 10 mensais por "serviço de segurança"

9 abr 2015 - 14h07
(atualizado às 14h08)
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Presente na vida dos moradores do Minha Casa Minha Vida na cidade do Rio de Janeiro, a milícia começa a estender seus tentáculos aos apartamentos do projeto no município vizinho de Duque de Caxias. O Terra ouviu moradores do conjunto habitacional Volterra, inaugurado nesta quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff, e conseguiu identificar entre os “convidados” um homem cujo apelido é Baby, e que seria o responsável pela empresa que faz "segurança” no conjunto residencial Bolzano, próximo ao Volterra. “Esse é o Baby, dono da empresa que faz a segurança do local. Mas ele não é miliciano não”, disse Inácio Leonardo, morador do conjunto, apontando um homem que saia do local do evento acompanhando de outros três homens. “Estou aqui falando com um jornalista”, disse Inácio a Baby, que fez questão de ser simpático.

<p>Dilma Rousseff inaugura o conjunto habitacional Volterra</p>
Dilma Rousseff inaugura o conjunto habitacional Volterra
Foto: Divulgação

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Inácio confirmou pagar R$ 10 mensais pelo serviço de segurança no Bolzano. “É uma empresa de fachada, mas tem CNPJ, tudo certinho”, disse o senhor, que fez questão de ressaltar que ali não tem milícia: “Milícia é na Zona Oeste do Rio, Bangu. Aqui não”, disse, esquecendo que o serviço de segurança é um dos modus operandi dos milicianos.

No novo conjunto inaugurado por Dilma, o Volterra (chamado pela presidente no discurso de Voltaire), já existe medo entre os moradores de que a milícia tome conta como já acontece em outros locais. “Temos confiança em Deus de que, se isso vier a acontecer, vamos conseguir levar uma vida boa na nova casa”, disse Elias Jacinto, que ganhou um apartamento para viver com a mulher e os dois filhos. “Confiamos também que as autoridades possam evitar que isso aconteça”, completou.

As 500 famílias receberam as chaves dos apartamentos e já a partir de amanhã podem começar a ocupar as residências. Hélio Moraes vai morar com um irmão doente em um dos apartamentos e também teme a presença da milícia. “É sempre algo que pode acontecer. Mas em geral as coisas em Caxias são mais calmas”, disse.

Moradora do Alemão relata drama vivido após a morte do filho:

No fim de março, reportagem do Jornal Extra, do Rio, denunciou a presença da milícia em 38 conjuntos do Minha Casa Minha Vida no Rio de Janeiro. Nos locais, os milicianos impõe cartilhas onde determinam os serviços que devem ser pagos, como segurança, gás, condomínio, e que proíbem, por exemplo, chamar a polícia para resolver qualquer tipo de conflito. A Polícia Civil do Rio promete para breve uma grande operação contra grupos de milicianos que agem em áreas do Minha Casa Minha Vida.

Fonte: Terra
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