RJ: "Tinha temperamento dócil", diz amigo de ciclista morto
Velório de Jaime Gold aconteceu na manhã desta quinta-feira. Cartazes retratando indignação foram levados para o cemitério
O velório do médico cardiologista Jaime Gold - assassinado a facadas na noite da última terça-feira enquanto andava de bicicleta na Lagoa, zona sul da capital - começou por volta das 9h15 desta quinta-feira no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro. Uma das primeiras a chegar foi a namorada e enfermeira Adriana Nobre. Ela estava com o amigo de Jaime, Adelmo Oliveira. Para ele, o médico era "um amigo especial de temperamento dócil, que não gostava de violência".
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"A melhor lembrança possível é a que fica", afirmou. Clara e Daniel, os filhos de Jaime, e sua ex-mulher, Marcia Amil, chegaram por volta das 8h30 e não falaram com a imprensa. Muito emocionada, a tia do médico, Sarah Udermann, apareceu amparada por um parente. "Ele era meu sobrinho. É muita dor... As crianças cresceram juntas", disse, em referência a Jaime e aos primos.
A médica Rosana Goldvasser, colega de faculdade de Jaime, lembrou com carinho do amigo. "Ele era espetacular, uma grande pessoa. Interessante é que hoje sai uma foto grande dele no jornal e o Jaime sempre foi uma pessoa muito tímida", declarou. Alguns cartazes retratando a indignação causada pela morte violenta foram levados para a porta do cemitério.
A cerimônia, restrita a parentes e alguns amigos, foi iniciada com o ritual judaico conhecido como "Tahara", uma espécie de purificação em que o corpo é lavado, envolvido numa mortalha branca que nunca tenha sido usada e só depois colocado no caixão e levado para um salão onde acontece o velório.
O enterro está previsto para as 11h30 e também será restrito à família e amigos. O ritual judaico não permite o registro de imagens nem a entrada da imprensa. Segundo uma das diretoras do cemitério, a "humildade" é a marca da religião judaica, por isso o ritual prima pela simplicidade e discrição.