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Polícia

RS: grupo tenta saquear loja e inicia confronto com PM; 63 são presos

24 jun 2013 - 21h26
(atualizado em 25/6/2013 às 13h18)
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Após a ação da Brigada Militar, um grupo passou a tentar saquear outras lojas e a também vandalizar a região, enquanto a maior parte dos manifestantes se dispersou
Após a ação da Brigada Militar, um grupo passou a tentar saquear outras lojas e a também vandalizar a região, enquanto a maior parte dos manifestantes se dispersou
Foto: Itamar Aguiar / Futura Press

Policiais e manifestantes entraram em conflito na noite desta segunda-feira, em um novo protesto realizado em Porto Alegre, com cerca de 10 mil manifestantes. Após deixarem a frente da prefeitura da capital gaúcha por volta das 18h, o grupo retornava à sede do Executivo municipal, por volta das 20h30, quando vândalos tentaram saquear uma loja de sapatos na região da Esquina Democrática. Um conflito entre os próprios manifestantes se formou e a polícia interveio. Ao todo, pelo menos 63 pessoas foram presas, o maior número registrado desde o início das manifestações.

Após a ação da Brigada Militar, um grupo passou a tentar saquear outras lojas e a também vandalizar a região, enquanto a maior parte dos manifestantes se dispersou. Otra loja de sapatos e uma de celular também foram saqueadas no centro.

Helicóptero sobrevoa centro de Porto Alegre em mais uma noite de confrontos na capital gaúcha
Helicóptero sobrevoa centro de Porto Alegre em mais uma noite de confrontos na capital gaúcha
Foto: Felipe Schroeder Franke / Terra

No início, a manifestação começou pacífica em frente a prefeitura, e os manifestantes marcharam pela avenida Mauá, em direção ao gasômetro, e depois voltavam em direção ao centro da cidade pela avenida Borges de Medeiros.

Ao passarem pela rua Riachuelo, teve início um princípio de tumulto, quando um grupo passou a provocar a polícia que fazia uma barreira para impedir a chegada ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Diferentes grupos tentavam impedir a provocação enquanto outros seguiam com gritos e fogos de artifício contra os policiais, que não reagiram.

Mais adiante, no local conhecido como esquina democrática, começou o saque da loja de sapatos, e começou uma briga generalizada entre manifestantes e saqueadores. Foi nesse momento que a polícia agiu com mais firmeza dispersando os manifestantes com bombas de efeito moral, balas de borracha e gás lacrimogênio.

<p>Até o final da noite, ao menos 63 pessoas haviam sido presas pela polícia</p>
Até o final da noite, ao menos 63 pessoas haviam sido presas pela polícia
Foto: Felipe Schroeder Franke / Terra

O confronto fez com que os manifestantes recuassem pela Borges de Medeiros, apesar de alguns se ajoelharem em frente a tropa de choque, que via o ato. Após alguns instantes, a polícia reagiu com mais bombas para afastá-los.

O grupo seguiu o enfrentamento e se deslocou até o bairro da Cidade Baixa, onde recuavam ao avanço da polícia, mas também depredaram bancos, lojas e atearam fogo em lixeiras. Os manifestantes montavam barricadas com os contêineres na rua José do Patrocínio para impedir o avanço da polícia, mas sem sucesso.

A polícia avançava com um carro do Corpo de Bombeiros que apagava as chamas.

Por volta das 23h, os manifestantes se dispersaram próximos da avenida João Pessoa, e a polícia seguiu fazendo patrulhas pelas ruas da cidade em busca de pessoas que pudessem iniciar novos confrontos ou depredações.

<p>"Destrua o Estado y suas prisões"</p>
"Destrua o Estado y suas prisões"
Foto: Felipe Schroeder Franke / Terra

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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