RS: mortes de 3 taxistas na fronteira podem ter relação com tráfico
A Polícia Civil investiga se a morte de três taxistas na noite de quinta-feira nas cidades fronteiriças de Santana do Livramento (Brasil) e Riveira (Uruguai), a cerca de 500 quilômetros de Porto Alegre, pode ter relação com os conflitos entre traficantes de uma quadrilha conhecida no Rio Grande do Sul como Bala Na Cara. A informação é baseada nas investigações que tem sido conduzidas pela policia uruguaia.No entanto, a atuação destes criminosos na região seria uma novidade, segundo afirma o delegado responsável pelas investigações no Brasil, Eduardo Finn.
"Há uma possibilidade segundo tem sido levantado pela polícia uruguaia, mas é uma informação que vem a somar para que possamos fazer um desenho disso ai", afirmou o delegado. As principais hipóteses para os crimes são homicídio, latrocínio ou queima de arquivo.
Um dos taxistas mortos, Hélio Beltrão era ex-policial militar que foi expulso da corporação por corrupção. "Ele tinha passagem em um inquérito conosco por corrupção. Então isso nos dá a ideia básica de que as mortes possam vir disso ai", disse o delegado referindo-se à hipótese do crime estar relacionado com o tráfico de drogas.
As mortes em Santana do Livramento e Riveira têm similaridades com o assassinato de outros três taxistas em Porto Alegre, no sábado. Todos as seis vítimas foram mortas com tiros na cabeça disparados com uma arma calibre 22, mas a arma usada não seria a mesma, conforme apontou o trabalho da perícia. "Tem algumas semelhanças e diferenças com os delitos ocorridos em Porto Alegre", afirma.
Já em Porto Alegre a polícia trabalha com as hipóteses de homicídio e latrocínio, e cogita até que as vítimas tenham sido escolhidas previamente, dada a sequência rápida dos fatos, vitimando três profissionais de uma mesma categoria. "Isso pode indicar que possa ser um assaltante que tenha pré-determinado as vítimas, não se descarta nenhuma hipótese", disse o diretor da Delegacia de Homicídios, em Porto Alegre, Odival Soares.
Para as autoridades de segurança dos Estado, a forma como os crimes foram praticados são inéditos na cronologia da crônica policial, já que se tratam de assassinatos cometidos com uma arma que, normalmente, não é usada em assaltos. O secretário de Segurança Pública, Airton Michels, disse que "podemos estar diante de um psicopata".