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Polícia

RS: pedido de habeas corpus para pai de Bernardo é negado

12 jun 2014 - 14h09
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<p>Corpo do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, foi encontrado dez dias depois de ter desaparecido</p>
Corpo do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, foi encontrado dez dias depois de ter desaparecido
Foto: Facebook / Reprodução

O pedido de habeas corpus em favor de Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo - encontrado morto 10 dias depois de ter desaparecido no Rio Grande do Sul -, foi negado por maioria pela 3ª Câmara Criminal. A decisão foi julgada na manhã desta quinta-feira no Tribunal de Justiça do Estado. Desta forma o médico continuará preso. Ele teve a prisão decretada pela Justiça em 14 de abril, dia em que o corpo do menino foi localizado. 

Os integrantes da 3ª Câmara Criminal também mantiveram o processo do caso no Juízo de Três Passos. “Não está se falando em provas, mas em indícios suficientes de autoria”, afirmou o relator, desembargador Nereu José Giacomolli, sobre os motivos para manter Boldrini preso. Segundo ele, o conjunto de elementos apontados nos autos é coerente, conforme contexto, e não é possível dizer que há ausência de envolvimento do réu. "Os indícios positivos prevalecem sobre os negativos”. 

O parecer do Ministério Público foi elaborado pela procuradora de Justiça Ana Rita Nascimento Schinestsck e, durante a sessão, foi sustentado pelo procurador de Justiça Alexandre Lipp João, que fez alguns acréscimos face à sustentação oral da defesa e memórias apresentados na véspera do julgamento. 

O procurador enfatizou a existência de escutas telefônicas onde o médico confirmava que Bernardo havia retornado com Graciele de Frederico Westphalen na sexta-feira, dia 4 de abril. Essa circunstância, somada à conduta incomum de Boldrini naquele final de semana, que ligou para o celular do filho e foi até a casa de um amiguinho buscá-lo, indicam que participou de toda a construção do álibi do desaparecimento da criança. 

Quanto à necessidade de segregação cautelar, foram apontados depoimentos onde testemunhas manifestam temor justificável porque um pai que participa da morte cruel do próprio filho, seja por dinheiro ou conveniência, pode muito atentar contra a vida de uma testemunha para garantir sua liberdade ou absolvição. 

O caso

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos, depois de – segundo a versão da família - dizer ao pai que passaria o fim de semana na casa de um amigo.

O corpo do garoto foi encontrado no dia 14 de abril, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens do rio Mico. Na mesma noite, o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz foram presos pela suspeita de envolvimento no crime.

No dia 10 de maio, o irmão de Edelvania, Evandro Wirganovicz, também foi preso por suspeita de ter auxiliado na ocultação do corpo de Bernardo. Segundo a Polícia Civil, o menino foi dopado antes de ser morto, possivelmente com uma injeção letal.

Fonte: Terra
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