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Polícia

RS: secretário diz que população pode agir como polícia

Governo estadual segue refutando hipótese de chamar a Força Nacional para conter a violência na Capital

27 set 2015 - 16h03
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O secretário de segurança pública do Rio Grande do Sul, Wantuir Jacini, está envolvido em mais uma polêmica relativa à falta de segurança relatada pelos gaúchos nos últimos meses. Após grupos rivais assassinarem um traficante e atearem fogo a um ônibus em Porto Alegre na sexta-feira, o secretário convocou a população a agir com seu poder de polícia: "a sociedade não tem esse preparo, no entanto, a lei permite que qualquer cidadão prenda em flagrante quem estiver cometendo crimes. A obrigação é da polícia, mas as pessoas mais desprendidas que fizerem estão respaldadas pela lei." Para finalizar, o secretário ainda amenizou: "melhor seria não atuar, mas se for inevitável, que atuem”. A declaração foi dada à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, ainda na tarde de sábado.

"Melhor seria não atuar (população fazendo as prisões em flagrante), mas se for inevitável, que atuem”, disse o secretário de Segurança do RS
"Melhor seria não atuar (população fazendo as prisões em flagrante), mas se for inevitável, que atuem”, disse o secretário de Segurança do RS
Foto: Divulgação

Esta não é a primeira vez que o secretário dá declarações polêmicas envolvendo a questão da segurança. No início de setembro, quando sete pessoas foram mortas em um intervalo de treze horas na região metropolitana, o secretário afirmou que se tratava "de pessoas com antecedentes criminais". Jacini seguiu dizendo que os crimes impactavam, mas "impactariam mais se fossem pessoas sem antecedentes criminais". 

Além disso, Jacini refutou mais uma vez o pedido do prefeito da Capital gaúcha, José Fortunati, relativo à convocação da Força Nacional de segurança. Segundo ele, "a Força Nacional tem 150 homens enquanto a Brigada Militar tem 3 mil. A Força Nacional pode ser empregada para questões específicas, como a necessidade de transferência de detentos de um presídio ou a desobstrução de uma rodovia, mas não em casos como o da Cruzeiro (bairro em que os crimes de sexta-feira foram registrados)”. Jacini ainda garantiu que foi encaminhado reforço de policiamento na região durante o final de semana. 

O Rio Grande do Sul vem enfrentando severa crise econômica, que traz reflexos para toda a população. A Brigada Militar, por exemplo, atua com um déficit de 7 mil soldados, e não há previsão de nomeação de novos profissionais. Na semana passada a Assembleia Legislativa aprovou o projeto do governador José Ivo Sartori que aumenta por três anos o valor do ICMS e garante maior volume de saque dos depósitos judiciais, tentativas do Executivo para equilibrar as contas do Piratini. Durante a sessão que aprovou as novas tarifas, a policia militar entrou em confronto com manifestantes que aguardavam para entrar na Assembleia. Três pessoas foram presas e dezenas acabaram atingidas por golpes de cassetetes, gás lacrimogênio e spray de pimenta.

Fonte: Especial para Terra
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