RS: sem espaço até em delegacias, presos esperam em viaturas
Situação levou governo estadual a anunciar criação de dois centros de triagem
Após sofrer com a superlotação dos presídios e a consequente ocupação desordenada de celas em delegacias, o governo gaúcho se depara com mais um agravante na já crítica situação da segurança pública. Desde a semana passada são registradas manutenções de presos em viaturas da Brigada Militar, já que nem mesmo as unidades de pronto-atendimento da Polícia Civil tem vagas para comportar mais presos. Em um dos casos, os detidos ficaram cerca de 48 horas dentro de uma viatura.
Hoje, o fato se repetiu. Os policiais militares, que deveriam estar atuando no policiamento ostensivo, acabam ficando responsáveis pelos detidos, inclusive dividindo comida e água com os criminosos. Até o fechamento desta reportagem, seis homens eram custodiados pela Brigada Militar em carros de polícia nesta tarde, dois deles há mais de 24 horas.
Além dos apenados em camburões, outros 27 presos aguardavam vaga no sistema penitenciário em celas de delegacias. A própria polícia civil já confirmou que precisa reduzir o número de presos nesses locais pelas ameaças que são impostas pelos próprios criminosos. Conforme as informações, a superlotação seria o principal motivo para que novos detentos sofressem até mesmo ameaça de morte.
Com a situação cada vez mais complicada, o secretário de segurança pública, Cezar Schirmer, anunciou nesta manhã a criação de dois centros de triagem de presos no Rio Grande do Sul. Um deles ficará em Porto Alegre e outro em Charqueadas, com capacidade total de 750 vagas. Prazo, no entanto, ainda não há, uma vez que o processo está em fase de reuniões.