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Polícia

Secretário: ações sociais na Maré têm de surgir em 15 dias

30 mar 2014 - 17h20
(atualizado às 17h22)
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O secretário de Direitos Humanos do Rio, Pedro Fernandes, disse neste domingo que as respostas no plano social à população das favelas ocupadas hoje terão que ser dadas em no máximo 15 dias. Ele falou durante entrevista coletiva na qual o governo do Estado apresentou um balanço sobre a ocupação do conjunto de favelas do Complexo da Maré.

Na última sexta-feira, o secretário se adiantou e reuniu lideranças comunitárias para "estabelecer prioridades e saber das principais angustias da comunidade. Com a liberdade de ação, que a ocupação nos está dando, não há mais desculpas: temos que dar respostas à população o mais rápido possível", disse.

Pedro Fernandes esclareceu que a infraestrutura - que exige obras - ficará para depois. Vai ser debatida em uma segunda fase, "porque a gente chegou à conclusão que a identificação civil, a carteira de trabalho e os cursos profissionalizantes são mais importantes no primeiro momento. Assim como promover a inserção dos moradores no Cadastro Único para poder dar a eles acesso aos serviços de distribuição de renda dos governos federal, estadual e municipal".

Outro problema que deverá ser tratado de imediato é o das crianças que estão fora das escolas. "É preciso equacionar o problema. Viabilizar o acesso das crianças às salas de aula – criar atividades extra-classe e projetos esportivos", avaliou.

Para o secretário, a instalação de uma rede básica de saúde, de um programa de limpeza urbana, de iluminação pública, conservação de ruas e vielas são problemas "que exigem respostas imediatas para a população".

Fernandes lembrou que foi criado um comitê, formado pelas secretarias municipal e estadual, e por diretores dos órgãos diretamente envolvidos com os assuntos, para receber as demandas e tentar dar respostas o mais rapidamente possível. "Temos a obrigação de fazer o mais rapidamente o que antes não era possível, em decorrência da presença do tráfico".

É para dar suporte às ações e legitimar o processo de ocupação das comunidades envolvidas no processo de pacificação que a secretaria criou há dez dias uma comissão para fazer levantamento de todos os projetos promovidos pelos órgãos estaduais e pela iniciativa privada nas 37 comunidades onde foram instaladas unidades de Polícia Pacificadora.

Ocupação da Maré

Reduto do crime organizado do Rio de Janeiro, o complexo de favelas da Maré, na zona norte da capital fluminense, foi ocupado nas primeiras horas deste domingo pelas forças de segurança do Estado no primeiro passo para a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na região que compreende 15 favelas no total, com aproximadamente 130 mil moradores.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança, “as comunidades foram recuperadas pelas forças policiais sem encontrar resistência, o que permitiu o domínio dos pontos planejados dos territórios em 15 minutos”. Policiais continuam nas comunidades em operações de busca de criminosos, apreensões de armas, drogas e objetos roubados.

Participam da operação 1.180 policiais militares de várias unidades, entre elas o Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), além de policiais da Corregedoria Interna da PM. O Bope ocupa as favelas Nova Holanda e Parque União, enquanto que o Batalhão de Choque as outras 13 favelas. Da Polícia Civil, o efetivo no local é de 132 pessoas. Uma base móvel do Instituto Félix Pacheco está instalada no 22º BPM (Maré) para fazer a identificação biométrica de suspeitos.

Além disso, os policiais militares usam 14 blindados disponibilizados pela Marinha e um blindado do Batalhão de Polícia de Choque. Agentes do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal e do Núcleo de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal apoiam a operação.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, as comunidades que fazem parte do Complexo da Maré e serão ocupadas são: Praia de Ramos, Parque Roquete Pinto, Parque União, Parque Rubens Vaz, Nova Holanda, Parque Maré, Conjunto Nova Maré, Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Bento Ribeiro Dantas, Vila dos Pinheiros, Conjunto Pinheiros, Conjunto Novo Pinheiros (Salsa&Merengue), Vila do João e Conjunto Esperança.

O intuito da secretaria de Segurança Pública do Estado é abrir espaço para a entrada do Exército no local, que a exemplo do que ocorreu no complexo de favelas do Alemão, fará a ocupação do local até que o efetivo da Polícia Militar forme o novo efetivo para atuar na Maré – o acordo foi feito junto com ao Ministério da Justiça por intermédio do secretario José Mariano Beltrame e o governador Sérgio Cabral.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/brasil/upps-sob-ataques/" href="http://noticias.terra.com.br/brasil/upps-sob-ataques/">veja o infográfico</a>
Agência Brasil Agência Brasil
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