Sede do PSB é alvo de ataque com fogo em Porto Alegre
A sede do PSB do Rio Grande do Sul, localizada na rua Barros Cassal, região central de Porto Alegre, foi alvo de um ataque com fogo na madrugada deste sábado. Segundo o partido, o incêndio foi criminoso.
Os autores deixaram um bilhete no local explicando que o ataque seria em represália às prisões de manifestantes durante os protestos que eclodiram no País em junho. A polícia investiga o incêndio, que teria começado depois que dois homens atearam fogo a pneus na porta da sala comercial.
Em nota, o PSB repudiou o atentado. “O incêndio criminoso na porta de entrada por muito pouco não se transformou em grande tragédia, colocando em risco a vida dos moradores do prédio residencial acima da sede”, afirmou o texto assinado pelo presidente do partido no Estado, deputado Beto Albuquerque.
“Os autores, escondidos covardemente no anonimato, justificaram em bilhete seu crime em razão e solidariedade aos vândalos presos recentemente em manifestações de violência e depredação no país”, disse Albuquerque, que também pediu à Polícia Federal “ação e protagonismo na apuração destes crimes conexos em todo o Brasil”. “Fica evidente, na menção que tenta justificar o crime contra o PSB/RS, a existência de uma rede política e criminosa em nível nacional.”
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.