'Seus traíras': testemunhas relatam à polícia últimas palavras de comerciante morto a facadas
Testemunhas relataram aos investigadores que gritos e ofensas foram ouvidos na madrugada do crime
O comerciante Igor Peretto, de 31 anos, foi morto a facadas no dia 31 de agosto, em Praia Grande, litoral de São Paulo, após uma intensa discussão que chamou a atenção de moradores do condomínio onde o crime aconteceu. Testemunhas relataram à polícia que gritos e ofensas foram ouvidos pela madrugada. Os relatos constam no inquérito da Polícia Civil que apura o caso.
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O assassinato de Peretto, conforme a denúncia do Ministério Público, foi planejado por Mario Vitorino da Silva Neto, cunhado da vítima, sua irmã, Marcelly Marlene Delfino, e a esposa de Peretto, Rafaela Costa da Silva. De acordo com o MP, os suspeitos teriam premeditado o crime porque a vítima era vista como um 'empecilho no triângulo amoroso'.
De acordo com os depoimentos, uma das testemunhas, que teve sua identidade preservada, contou ter acordado por volta das 5h45 com sons de uma discussão em um dos apartamentos vizinhos. Em um primeiro momento, a pessoa pensou que se tratava de um diálogo entre pai e filho, mas logo identificou que a voz exaltada era de um homem adulto, posteriormente reconhecido como Peretto. Ele dizia: "Do que adiantou eu fazer tudo? Eu me esforço tanto. Seus traíras, porra".
Durante o conflito, a testemunha afirmou ter ouvido outra voz masculina, atribuída a Silva Neto, e uma feminina, de Marcelly, que parecia tentar intervir em alguns momentos. Segundo o relato, a mulher gritou: "Ai, não, para", seguida de um barulho forte, descrito como "de alguém batendo a cabeça na parede". Na sequência, Peretto teria exclamado: "Piranha, piranha, piranha".
Logo após esses momentos, Marcelly teria dito: "Sai pra rua, corre, sai pelas escadas, pega aquilo, pega aquilo", conforme relatou a mesma testemunha.
Uma segunda testemunha relatou que, no calor da discussão, Peretto mencionou sua paixão por Rafaela, declarando: "Vocês sabem quanto eu amo aquela mulher. Quanto sou louco por ela. Porra, meu, porra. Vocês tudo contra mim, tudo armando contra mim. Eu era o único que não sabia de nada".
Os relatos também incluíram detalhes sobre sons ouvidos durante a briga, como pancadas abafadas, semelhantes a socos, seguidas de um estrondo mais forte. A discussão teria durado cerca de 15 minutos.
Na manhã seguinte, a morte de Igor Peretto começou a ser comentada em grupos de WhatsApp do condomínio, com os moradores ligando os sons da madrugada ao assassinato. Uma das testemunhas afirmou ter associado as vozes e os relatos à identidade das pessoas envolvidas após ver notícias que mencionavam Igor, Mario e Marcelly.