SP: 2 suspeitos da morte de menino boliviano são achados mortos na prisão
Dois dos cinco suspeitos da morte do boliviano Bryan Yanarico Capcha, 5 anos, em junho deste ano, Paulo Ricardo Martins, 19 anos, e Felipe dos Santos Lima, 18 anos, foram encontrados mortos na tarde desta sexta-feira no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Santo André, onde cumpriam prisão preventiva.
Segundo a Secretaria de Assuntos Penitenciários (SAP), os dois morreram por volta das 14h30. Em nota, a secretaria afirmou que outros presos solicitaram atendimento de urgência e que os dois foram encaminhados imediatamente à enfermaria do CDP, onde já chegaram sem vida.
Em nota, a SAP afirmou que as circunstâncias da morte serão investigadas. Segundo a secretaria, um Procedimento Apuratório Preliminar, para apontar a causa da morte, foi instaurado. As mortes também foram comunicadas à Vara de Execução Criminal e à Polícia Civil e perícia. O caso também será apurado pela Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário.
Além de Paulo e Felipe, um adolescente suspeito de participar do crime também foi apreendido. Diego Rocha Freitas Campos, 20 anos, apontado como o autor do disparo que matou o menino, e Wesley Soares Pedroso, 19 anos, seguem foragidos.
Diego fugiu da cadeia no ano passado, onde cumpria pena por roubo. Os demais também têm passagem pela Fundação Casa, também por roubo de carro.
Crime bárbaro
O crime ocorreu na madrugada do dia 28 de junho, quando os criminosos invadiram uma casa onde vivia uma família de bolivianos, que se mudou recentemente para São Paulo para trabalhar com confecção. Segundo a polícia, os bandidos se irritaram quando descobriram que as vítimas tinham apenas R$ 4,5 mil em casa e com o choro da criança. Antes de deixar a residência, um dos bandidos atirou na cabeça de Bryan.
Os suspeitos chegaram a pé ao local e renderam o pai, Ediberto Yanarico Quiuchaca, 28 anos, e o tio da criança, Carlos, quando entravam na residência. Eles estavam armados com quatro facas e dois revólveres. Entre oito e 10 pessoas que estavam na casa foram mantidas reféns.
Inicialmente, foram dados R$ 3,5 mil aos ladrões, que pediram mais. Como a família continuava sendo ameaçada, o pai foi até o carro e entregou mais R$ 1 mil. Ainda assim, os criminosos insistiram que havia mais dinheiro no local.
Assustadas, as crianças choravam e faziam barulho, e os bandidos ameaçavam os reféns caso os gritos não parassem. Segundo o investigador Pinto, foi nesse momento que Bryan foi atingido com um tiro na cabeça. "Ele estava no chão, agachado com a mãe (Verônica Capcha Mamani, 24 anos)", contou o policial.
Familiares ainda tentaram levar a vítima a um hospital de São Mateus, mas o menino chegou morto ao local. Todos os bandidos fugiram a pé com o dinheiro e seguem foragidos.