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Polícia

SP: após agressão a coronel, PM promete 'resposta enérgica' à violência

Comerciante foi apontado como um dos agressores de coronel e foi preso. Outras sete pessoas permanecem detidas após protesto

26 out 2013 - 15h35
(atualizado às 17h53)
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<p>O coronel Reynaldo Simões Rossi sofreu fratura de clavícula e levou uma pedrada na cabeça</p>
O coronel Reynaldo Simões Rossi sofreu fratura de clavícula e levou uma pedrada na cabeça
Foto: Reuters

O major Mauro Lopes, da Polícia Militar, afirmou na tarde deste sábado que a corporação está muito próxima de dar uma "resposta enérgica" contra os manifestantes que depredaram a cidade de São Paulo durante as manifestações. Na noite de sexta-feira, o coronel Reynaldo Simões Rossi foi agredido por um grupo de manifestantes durante um protesto no centro da capital paulista. O major chamou o grupo de "delinquentes" por ter agido de forma covarde.

"Estamos chegando mais perto de uma resposta mais enérgica. Essa luta não é só da PM, é de todos nós. Fazemos um trabalho difícil e pessoas de bem são lesionadas. Não podemos enaltecer, dar crédito, a esse grupo. É hora de união de esforços das forças da sociedade. Ninguém quer ver essa cidade desse jeito", afirmou o representante da PM, durante uma entrevista coletiva convocada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Veja momento em que coronel é agredido em protesto em SP:

Após a manifestação de ontem, 92 pessoas foram detidas, sendo levadas para o 1º DP, para o 6º DP e para o 78º DP. Porém, apenas oito delas seguem  presas. Paulo Henrique Santiago dos Santos, que se identificou como comerciante, foi indiciado por tentativa de homicídio e lesão corporal contra o coronel da PM, além de lesão corporal e roubo. Ele será encaminhado para o presídio de Belém. Outros sete foram indiciados por dano qualificado, formação de quadrilha e explosão. Além disso, três menores foram encaminhados para Fundação Casa.

O major da PM foi questionado sobre o motivo de o coronel ter sido agredido e por estar sozinho no momento em que foi abordado. Mauro Lopes afirmou que faz parte do perfil do coronel tentar negociar.

"O coronel tem um perfil negociador, conciliador. Não se esperava uma agressão tão covarde e tão conjunta. Seu motorista manteve o controle, o profissionalismo. Temos que reagir na medida exata, usando meios lícitos. Quero crer que pela simplicidade do coronel, ele mesmo tenha sido surpreendido com uma violência tão fora de propósito", afirmou.

Durante o confronto entre manifestantes e policiais no terminal Parque Dom Pedro II, o coronel foi cercado e agredido, sofrendo fratura de clavícula e levou uma pedrada na cabeça - há suspeita de traumatismo craniano. O rádio e a arma do oficial foram roubados, mas a polícia já encontrou o objeto de comunicação.

"Somos paulistas e precisamos nos unir para defender essa cidade. Temos confiança e vamos imprimir uma energia forte a esse bando de delinquentes. Defendemos o direito de manifestação. Quem vai de rosto coberto não tem boas intenções. Não queremos que banalizem as manifestações", disse o major.

Domingos de Paula Neto, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital, afirmou que as medidas judiciais estão sendo tomadas e que a prisão de oito pessoas mostra que o trabalho está sendo feito. "As polícias e a sociedade paulista estão cansadas, como puderam constatar ontem, de ser prejudicadas por uma minoria inconsequente. Ontem chegou-se  ao absurdo de se atentar contra a vida do coronel Rossi. As prisões estão sendo efetuadas, mas depende de, naquele momento, o delegado ter condições de individualizar a conduta de cada um. Não podemos adotar nenhuma providência de cunho policial sem o indivíduo dar início a uma ação criminosa", afirmou.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritiba,

SalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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