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Polícia

SP: defesa de PM que matou adolescente quer apurar falha em arma

Advogado de soldado da PM afirma que modelo de pistola já passou por recall e pode gerar disparos involuntários

31 out 2013 - 14h10
(atualizado às 15h56)
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A defesa do soldado da Polícia Militar Luciano Pinheiro Bispo, 31 anos, preso por balear e matar o adolescente Douglas Martins Rodrigues, 17 anos, no domingo, irá pedir à Justiça a realização de uma perícia específica na arma do policial, na tentativa de identificar uma possível falha que tenha gerado um disparo não-intencional. 

Segundo o advogado do PM, Fernando Capano, armeiros da corporação afirmaram que pistolas .40, de fabricação da empresa Taurus, apresentam problemas na trava e no gatilho, o que pode gerar disparos acidentais após um tranco. 

De acordo com Capano, um recall teria sido realizado em um lote de armas por conta desses problemas. Segundo matéria do SBT Brasil, 98 mil pistolas desse modelo, das séries 640 e 24/7, foram recolhidas pelo comando da Polícia Militar para recall por conta desse defeito. Apesar da arma de Luciano não pertencer aos lotes com defeitos, o advogado do PM afirma que a arma do soldado também pode apresentar problemas. 

Detido por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), Luciano está preso no presídio militar Romão Gomes. Ele alega que o disparo que matou o adolescente foi acidental, e ocorreu após uma batida na porta da viatura. 

“Faz ser crível (o argumento do PM sobre a causa do disparo) se somado a esse problema. Se com um simples ‘chacoalhão’ a arma pode disparar, após uma batida poderia também ocorrer”, disse Capano. 

A defesa do policial ainda não definiu a estratégia de defesa, pois aguarda a formalização da denúncia do Ministério Público. Caso o PM seja denunciado por homicídio culposo, Capano afirmou que pretende somar a perícia na arma de Luciano ao processo. 

O foco do advogado é fazer com o que o PM responda ao processo em liberdade. Capano já apresentou pedido de liberdade provisória, que ainda não teve parecer da Justiça. 

A expectativa de Capano é que a Justiça se manifeste sobre a liberdade de Luciano até sexta-feira. Caso a liberdade provisória do soldado seja negada, sua defesa pretende ingressar com um pedido de habeas-corpus. 

Em nota, a PM afirmou que “em face das não conformidades em algumas armas, e diante do contrato de garantia vigente, convocou a empresa Forjas Taurus S.A para realizar inspeção preventiva em todas as pistolas calibre 40 em uso na instituição, reparando-as quando necessário”.

Em relação ao caso do soldado preso pela morte do adolescente, a corporação afirma que a arma de Luciano foi submetida à inspeção preventiva. “Independentemente da manutenção da fabricante, ela também será submetida à perícia pela Polícia Técnico Científica, sendo certo que, se houve falha mecânica no equipamento, este fato será pontuado”, afirma a PM. 

Procurada pelo Terra, a fabricante de armas Taurus não se manifestou até o momento da publicação desta matéria. 

Jovem é morto por PM

De acordo com a Polícia Militar, na tarde do domingo vários policiais foram ao bairro Jaçanã para atender um incidente, quando, após tentar revistar dois suspeitos, houve um "disparo acidental" que atingiu o adolescente Douglas no tórax, por volta das 14h30. O jovem foi socorrido e levado ao Hospital Jaçanã, onde morreu, e o PM responsável pelo disparo, Luciano Pinheiro Bispo, 31 anos, foi preso "acusado de flagrante delito por homicídio culposo".

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), testemunhas afirmaram na delegacia que o tiro pareceu acidental, já que apenas um disparo foi feito. A arma do PM foi apreendida e a perícia realizada no local. O policial foi encaminhado ao presídio militar Romão Gomes. 

O caso foi registrado no 73º Distrito Policial (Jaçanã), mas encaminhado ao 39º DP (Vila Gustavo), onde será investigado. 

Fonte: Terra
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