SP: filho de diretor da Friboi morto em 2008 diz que mãe é a culpada
Jovem afirmou ter "certeza absoluta" que morte de Humberto de Campos Magalhães, executivo do frigorífico Friboi, foi causada pela mãe dele
Na entrada do Fórum da Barra Funda, em São Paulo, onde chegou para acompanhar o julgamento de Giselma Carmem Campos Carneiro Magalhães, o filho dela, Carlos Eduardo, disse ter "certeza absoluta" que a mãe é a culpada pela morte de Humberto de Campos Magalhães, ex-executivo do frigorífico Friboi, em 2008. Na época do homicídio, ela era mulher da vítima. Giselma foi acusada de ter contratado pistoleiros para executá-lo, mas alegou inocência e responde ao processo em liberdade após ser beneficiada por um habeas-corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) .
"Eu não acuso ela de nada. O Departamento de Homicídios fez a investigação e há provas suficientes de que ela tenha participado da morte do meu pai. Eu venho aqui defender a memória dele, dizer o que aconteceu em 4 de dezembro (de 2008), contar como era a nossa vida antes de acontecer o crime. É um dia que eu espero há muito tempo, tenho certeza absoluta que foi ela", afirmou Carlos Eduardo, que vai depor no Fórum.
O advogado Ademar Gomes, que defende Giselma, rebateu a fala do filho dela, dizendo que a acusação "não tem fundamento". "O crime foi praticado pelo seu irmão, Kairon Vaufer Alves. Ele afirma que a vítima tinha uma dívida com ele e que estava se recursando a pagar. Existe uma herança em jogo e fica claro que há um interesse com relação a isso", disse Gomes.
Porém, para o promotor José Carlos Cosenzo, Giselma e o irmão estão diretamente envolvidos na morte do executivo. Ele defende a tese de que ela contratou Kairon para que ele encomendasse a morte da vítima. "Todas as provas levantadas contra ela são corroboradas pelas testemunhas. Foi ela quem organizou o crime e, para isso, pediu a ajuda do seu irmão, que já tinha sido preso anteriormente no Maranhão", argumentou Cosenzo. Segundo ele, a ré será acusada por homicídio duplamente qualificado - por motivo torpe e sem possibilitar defesa.
Como foi o assassinato
Na noite do crime, Magalhães havia saído com seu Mercedes-Benz até a rua Alfenas, próximo à sua casa. Um homem de 50 anos que morava no local disse, em depoimento à polícia, que o executivo tocou a campainha de sua casa várias vezes. Quando atendeu, Magalhães contou a ele que tinha recebido uma ligação dizendo que havia uma criança chorando naquela casa - o que, segundo a polícia, seria uma espécie de senha combinada previamente com alguém.
O morador, que nada tinha a ver com o combinado, disse que não havia nenhuma criança chorando no local. Depois, observou o executivo caminhar até o carro, onde um motoqueiro o esperava. Após uma breve conversa com Magalhães, o motoqueiro atirou nele e fugiu. Na época, a polícia disse que a senha poderia ter sido uma armadilha dos bandidos para checar se a vítima estava com proteção policial.
O 5º Tribunal do Júri de São Paulo condenou Paulo dos Santos e Osmar Gonzaga Lima à pena de 20 anos de prisão em regime fechado.