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Polícia

SP: PM exibe bombas de black blocs às vésperas de novo protesto

Demonstração de explosivos teve rojões como o que matou cinegrafista no Rio e artefato encontrado com jovem baleado pela polícia em São Paulo

21 fev 2014 - 13h07
(atualizado às 15h30)
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Polícia Militar demonstra poder de explosivos usados por manifestantes em protestos
Polícia Militar demonstra poder de explosivos usados por manifestantes em protestos
Foto: Bruno Santos / Terra

A Polícia Militar de São Paulo realizou nesta sexta-feira uma demonstração do potencial de explosivos que afirma ter encontrado com Fabrício Proteus Chaves, 22 anos, identificado como adepto da tática black bloc, e um amigo dele. Chaves foi baleado pela PM no último protesto contra a Copa ocorrido na capital paulista, dia 25 de janeiro, e teve alta semana passada.

A demonstração dos artefatos foi feita à imprensa por policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) na Academia da Polícia Militar, no Tucuruvi, zona norte da capital.  Além de uma substância incendiária que teria sido encontrada com Chaves e um amigo, os PMs exibiram rojões como o que atingiu e matou o cinegrafista Santiago Andrade, 49 anos, no Rio, e explosivos usados por assaltantes em caixas eletrônicos.

A demonstração ocorreu às vésperas de um segundo protesto contra a Copa – marcado para este sábado à tarde na Praça da República, região central de São Paulo. Segundo a PM, a exibição dos explosivos próximo ao evento “é apenas uma coincidência”.

“O objetivo dessa demonstração é demonstrar que, ainda que uma parcela da população ache legal ir em busca de seus direitos com os protestos – e eu, como policial, também acho legal –, há atos de criminosos com esses artefatos que colocam a vida desse mesmo cidadão em risco”, avaliou o comandante do Gate, capitão Ricardo Folkis.

De acordo com Folkis, a gama de explosivos encontrada com manifestantes “é muito grande e cada vez mais diversificada, a cada protesto”. Dos demonstrados hoje, porém, apenas o usado para explosão de pedreiras e caixas eletrônicos foi considerado de alto potencial explosivo. “Mas o que foi encontrado com o black bloc é apenas uma parte do que ele realmente detinha em uma lata de cerveja. Todo o material incendiário tem, sim, capacidade de provocar lesões”, disse Folkis.

À exceção do rojão como o que atingiu o cinegrafista da Band e cuja venda é livre, os demais apresentados hoje são produzidos, afirmou o comandante do Gate, com substâncias como açúcares e outros compostos químicos não divulgados pela polícia por questões de segurança. “Acreditamos que a maior parte vem do mercado negro”, disse o PM.

Estudante baleado responderá por porte ilegal de armas

Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o jovem baleado será indiciado por porte ilegal de arma, já que laudo do Instituto de Criminalística e do Gate apontou que a substância que ele levaria na mochila é incendiária. Para a polícia, a conduta do jovem configura desrespeito ao Estatuto do Desarmamento.

Além do indiciamento do manifestante, o episódio rendeu também a abertura de procedimento investigativo, na Corregedoria da PM, sobre a conduta dos policiais envolvidos na abordagem. Ferido, Chaves perdeu um dos testículos. O caso é acompanhado também pela Defensoria Pública, que viu excesso na conduta policial.

Fonte: Terra
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