SP: polícia acha cães mortos de canil de ONG criada por Feliciano Filho
A Delegacia de Proteção Animal e Meio Ambiente de Campinas abriu uma investigação para apurar denúncias de maus tratos em um canil no sítio da ONG União Protetora dos Animais (UPA), fundada pelo deputado estadual Feliciano Filho (PEN) . Com um mandado judicial em mãos, uma equipe de policiais, acompanhada por veterinários, esteve no abrigo de animais no Jardim Califórnia, nesta quarta-feira, e encontrou em uma geladeira cinco filhotes de cachorros mortos acondicionados em um saco plástico depositado ao lado de uma porção de carne moída.
Na UPA, foram encontrados 44 cães entre filhotes e adultos vivendo em espaços improvisados considerados inadequados pelos fiscais. Segundo a delegada Rosana Mortari, as denúncias surgiram há dois meses e relatavam sobre baias impróprias, mortandade de cães e crime ambiental.
A delegada disse que os animais ficam em casinhas frágeis e apresentam risco de desabamento em caso de uma tempestade com chuva e vento, por exemplo. Além disso, a fiscalização verificou que o cocho para a ração é muito fundo e o piso tinha umidade, sujeira de dejetos e restos de comida, o que pode favorecer a contaminação entre os animais.
"O local não tem estrutura e é inadequado. (...) Encontramos 10 cães muito doentes e feridos", disse a delegada. Ela falou também que foi apontado dano ambiental com o descarte de fezes e urina dos cachorros por uma calha para dentro de uma nascente, o que pode contaminar o curso d'água. Os membros da ONG e os tratadores serão convocados para apuração da situação. O local não foi lacrado.
“Perseguição política”
Feliciano Filho disse que estava surpreso porque não havia necessidade dessa operação policia e que tudo não passaria de "uma perseguição política". Ele falou que o sítio foi improvisado há quarto anos para receber os animais doentes que são recolhidos das ruas da cidade. Disse que o local tem um caseiro, um tratador de animais e recebe a visita de veterinários diariamente.
Lamentou a sujeira no local, porque a fiscalização chegou “antes do horário da limpeza”. Feliciano explicou que os animais são cuidados, castrados e colocados para a adoção. Sobre a situação da geladeira, o fundador da UPA falou que a carne moída estava estragada e seria descartada. Os cinco filhotes, segundo ele, aguardavam o serviço de incineração.