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Polícia

SP: secretário critica PM por comparar black blocs ao PCC

“Determinamos que a postagem fosse retirada. A PM deve dar total transparência a dados e informações. Qualquer opinião pessoal deve ser colocada no Facebook próprio”, disse ele

14 jan 2015 - 17h42
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<p>Alexandre de Moraes (centro) entre o delegado geral da Polícia Civil, Youssef Abou Chaim (à esquerda), e o comandante geral da Polícia Militar, Ricardo Gambaroni (à direita)</p>
Alexandre de Moraes (centro) entre o delegado geral da Polícia Civil, Youssef Abou Chaim (à esquerda), e o comandante geral da Polícia Militar, Ricardo Gambaroni (à direita)
Foto: Rodrigo Paneghine / Secretaria de Segurança Pública

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre Moraes, criticou nesta quarta-feira uma publicação no Facebook, feita pelo perfil institucional da Polícia Militar, que compara adeptos da tática black bloc a integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). A postagem foi feita após o protesto do Movimento Passe Livre, na última sexta-feira.

PM de SP compara black blocs ao PCC: "qual a diferença?"

“[A comparação] não é correta. Determinamos que fosse retirada. A PM deve dar total transparência a dados e informações. Qualquer elemento subjetivo, opinião pessoal, deve ser colocado no Facebook próprio”, declarou, após participar da posse do coronel Ricardo Gambaroni no comando da PM.

O novo comandante também considerou infeliz a publicação na rede social, mas ponderou que o objetivo era provocar uma reflexão. “Aquilo [fotomontagem] já foi tirado. A estratégia [de comunicação] foi mudada. Nosso objetivo é informar. Foi passado como reflexão, quem colocou não teve a maldade de ver que poderia trazer uma conotação diferente. Nós também podemos errar”, justificou. Ele considera correta a atuação da PM durante o protesto da semana passada e informou que chamou uma reunião com lideranças do MPL para planejar o próximo ato.

A atuação da PM durante o protesto - o qual foi dispersado com uso de bombas de gás lacrimogêneo - também foi elogiada pelo governador Geraldo Alckmin durante o evento. “A polícia tem separado muito bem: uma coisa é manifestação e outra coisa são infiltrados, que deturpam manifestação para fazer ação criminosa”, avaliou.

Na manifestação contra o aumento das passagens de transporte público, que passaram de R$ 3 para R$ 3,50, mais de 50 pessoas foram detidas e levadas para a 78ª Delegacia de Polícia, no bairro dos Jardins. A PM informou que 2 mil pessoas participaram do ato.

Sobre os desafios para uma próxima gestão à frente da PM, Gambaroni destacou a necessidade de construir maior sensação de segurança entre os paulistas. “Isso não está ligado só a indicadores. Faz parte também mostrar o que os órgãos de segurança podem fazer para auxiliar o cidadão. O fato de os nossos índices de homicídio estarem há muito tempo entre os menores do país, por si só, não traz sensação de segurança. Temos que trabalhar, dar transparência, mostrar que a polícia faz muito mais do que só prender criminosos”, declarou.

A integração entre as polícias civil e militar também foi apontada pelos gestores como um desafio ainda presente. Alckmin destacou, como exemplos desse esforço de integração, o fato de que os distritos policiais têm um correspondente territorial em relação às companhias da Polícia Civil. Além disso, o curso superior para progressão nas duas carreiras, agora, é o mesmo. Para o novo comandante da PM, uma das medidas que podem ajudar na interlocução entre as policias é uma medida, já adotada em Campinas, segundo a qual o apoio entre os agentes reduz o tempo de permanência das viaturas nos distritos.

Agência Brasil Agência Brasil
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