SP: vigilante é preso por roubo de 32 armas em fórum
Um vigilante noturno foi preso pelo furto de 32 armas de fogo que desapareceram do Fórum de Justiça da cidade paulista de Urupês, na região de São José do Rio Preto. As investigações, que começaram em 5 de março, tentam agora localizar e apreender os revólveres e pistolas, que possivelmente foram vendidos para quadrilhas de assaltantes e traficantes da região.
O inquérito do caso foi instaurado em 5 de março pela Justiça, após o escrivão judicial José Luiz Lopes dos Santos e o agente operacional judiciário José Cláudio Baldestilha constatarem o sumiço das 32 armas da sala onde ficavam guardadas. Frutos de apreensões de processos em andamento, as armas estavam discriminadas em planilhas e tinham informações anexadas a elas.
O delegado da Urupês, Valdir Baldo Neto, determinou a quebra de sigilo telefônico de suspeitos, entre eles, cinco vigilantes do fórum. Durante a interceptação, a polícia flagrou a mulher de um deles revelando a um amigo que o marido havia furtado as armas.
Chamada a depor na última quarta-feira, a faxineira Amanda Letícia da Silva, 25 anos, mulher do vigilante noturno do fórum, Anderson Pereira, disse à polícia ter visto o marido negociando a venda das armas pelo celular. Ao questioná-lo, segundo ela, ele revelou que se tratava de armas retiradas do local de trabalho. Em depoimento à polícia, Pereira confessou o furto.
A faxineira disse que o marido nunca tinha levado armas para casa e que não teve acesso ao dinheiro da venda das armas. Apesar disso, ela teve a prisão preventiva decretada, junto com o marido, por ter se beneficiado do furto qualificado. A prisão preventiva do casal foi decretara pelo juiz Renato Soares de Melo Filho, a pedido da polícia, no mesmo dia.
Melo Filho, juiz diretor do Fórum de Urupês, determinou busca domiciliar na residência do casal e quebra do sigilo bancário de Pereira, além de sigilo nas diligências do caso. Em seu depoimento, Amanda diz que Pereira entregou as armas para dois irmãos, que moram em casas separadas, na cidade de Ibirá, vizinha a Urupês. A Polícia Civil tenta agora localizar as armas repassadas a quadrilhas de assaltantes e a traficantes.
'Fóruns não têm estrutura para guardar armas'
Melo Filho não quis falar sobre as investigações do caso, mas disse que a sala teve a fechadura trocada. “Fizemos um reforço da estrutura da sala onde são guardados objetos e armas para dar mais segurança”, disse.
O juiz destacou que as armas vão parar nas mãos de criminosos e lembrou-se das investigações, iniciadas em 2012, sobre o desaparecimento de 215 armas da sala do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), do Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Mesmo monitorado por câmeras e vigiado por seguranças, 30 armas desapareceram do recinto no final de 2013 e, ao contrário do que ocorreu em Urupês, em São Paulo ninguém foi responsabilizado pelo sumiço das armas até agora.
“Os prédios dos fóruns do Brasil não estão preparados para serem depósitos de armas”, afirmou. “Enquanto os fóruns do País não tiverem estrutura de segurança adequada para armazenar armas, esse tipo de problema continuará acontecendo”, completou.