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Polícia

Suspeito de matar cartunista Glauco é preso em Foz do Iguaçu

15 mar 2010 - 01h50
(atualizado às 12h16)
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O suspeito de matar o cartunista Glauco e seu filho Raoni na madrugada de sexta-feira, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, foi preso às 23h do domingo na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR), fronteira com o Paraguai, segundo a Polícia Federal. Nunes, 24 anos, tentava atravessar a Ponte da Amizade para chegar ao Paraguai com um carro roubado quando foi preso. O carro roubado é um Fiesta preto, com placa de São Paulo.

De acordo com os policiais, Nunes reagiu com tiros à fiscalização de rotina da Polícia Federal (PF), na fronteira. Após o confronto, um dos policiais ficou ferido com um tiro no braço, mas sem gravidade. O suspeito foi rendido. Na delegacia, segundo a Polícia Federal de Foz do Iguaçu, Nunes confessou o assassinato de Glauco e o filho. Além disso, ainda segundo as autoridades, disse que ficou foragido por três dias preparando sua fuga para o Paraguai.

Ele também teria confessado que estava com a arma do crime, uma pistola .765, que, segundo a PF, é o mesmo calibre da pistola usada nos PF de Foz do Iguaçu.

De acordo com a PF, o destino do suspeito agora depende de ordem judicial, que pode determinar que ele seja transferido para o Presídio Federal de Catanduvas, também no Paraná, ou até para a Cadeia Pública de Foz do Iguaçu, antes de ser levado para São Paulo. Por enquanto, ele fica na delegacia da PF.

Motorista depôs nesse domingo

Felipe de Oliveira Iasi, dono do carro que teria sido usado para transportar o suspeito de matar o cartunista Glauco Villas Boas e o filho Raoni ao local do crime, deixou a delegacia seccional de Osasco na noite deste domingo. Segundo seu advogado, Cássio Paoletti, ele prestou depoimento à polícia na condição de vítima e testemunha do crime.

Conforme relato do advogado, Felipe recebeu um telefonema de Cadu para um programa "normal de jovens" na madrugada da sexta-feira e foi buscá-lo, sem saber das intenções do suspeito . "Depois que entrou no carro e andaram um pouco, Cadu apontou uma arma para Felipe e o obrigou ele a levá-lo até a residência de Glauco", disse. O suspeito estaria bastante agitado e aparentemente drogado, segundo ao advogado.

Em seu depoimento, Felipe disse que chegando lá a enteada de Glauco foi rendida e Cadu a obrigou a chamar a mulher do cartunista também. "Ele falava coisas desconexas, dizendo que era Jesus", disse o advogado, que ainda confirmou que Felipe sentou no sofá da casa junto à família rendida.

O defensor de Felipe disse que todos foram mantidos sob a mira da arma de Cadu e que Glauco tentava acalmá-lo, dizendo que iria com ele para a casa de sua mãe. Raoni chegou e a discussão foi reavivada. "Nesse momento Felipe viu a oportunidade de fugir, correu, entrou no carro e foi embora", disse Paulete.

Viúva contesta versão

A viúva do cartunista Glauco Villas Boas contrariou o depoimento prestado pelo o motorista do carro usado no crime à polícia, em entrevista ao Fantástico. De acordo com Beatriz, Felipe assistiu tudo sentado no sofá e ajudou o suspeito Carlos Eduardo na fuga.

De acordo com Beatriz, Cadu teria torturado ela e Glauco com coronhadas, além de xingar o cartunista; depois, teria executado o pai e o filho com frieza. "Foram cinco tiros em Raoni e quatro no rosto de Glauco", disse ela, afirmando que ele demonstrava ódio.

Entenda o caso

O cartunista Glauco e seu filho, Raoni Villas Boas, 25 anos, foram mortos na madrugada de sexta-feira, dia 12 de março, com quatro tiros cada, na residência da família, em Osasco (SP). Os dois chegaram a ser levados para o Hospital Albert Sabin, mas não resistiram aos ferimentos.

Glauco começou sua trajetória como cartunista nos anos 70, no Diário da Manhã, de Ribeirão Preto (SP). Ele publicou suas tiras também na Folha de S.Paulo e na revista Chiclete com Banana. O cartunista é famoso por ter criado personagens como Geraldão, Casal Neuras, Doy Jorge, Dona Marta e Zé do Apocalipse.

Na casa de Glauco, eram realizados cultos da Igreja Céu de Maria, que segue a filosofia do Santo Daime, prática religiosa cristã, ecumênica, que repudia todas as formas de intolerância religiosa. Os seguidores tomam o chá conhecido por esse nome. Para eles, a bebida amplia a capacidade perceptiva, criativa, cognitiva e de discernimento, elevando a consciência do ser humano.

Fonte: Redação Terra
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