Temer autoriza uso das Forças Armadas no Rio de Janeiro
O presidente Michel Temer autorizou nesta segunda-feira (13/02) o uso das Forças Armadas no Rio de Janeiro para auxiliar no policiamento das ruas, no quarto dia de mobilização de mulheres e parentes de policiais militares.
O pedido foi feito pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que foi recebido por Temer em Brasília para discutir o assunto. O Planalto ainda não divulgou quantos militares serão enviados ao estado e quando a operação irá começar. O planejamento está a cargo do Ministério da Defesa.
Na manhã desta segunda-feira, manifestantes bloquearam a saída do Batalhão de Choque, no centro do Rio. Familiares impedem a saída de policiais de vários batalhões desde a última sexta-feira em protesto por melhores condições de trabalho e pagamento de horas extras atrasadas, relativas ao segundo semestre de 2016, e o décimo-terceiro salário.
O governo do Rio disse aos familiares que o pagamento dos policiais depende da venda da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), e nenhum acordo foi alcançado.
Em nota, a Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou que batalhões com baixo efetivo estão recebendo apoio de outras unidades. "A Polícia Militar está utilizando de todos os meios disponíveis para colocar o policiamento nas ruas em locais onde há impasse com os manifestantes."
A autorização dada pelo Planalto é semelhante à concedida na semana passada ao Espírito Santo, onde familiares de policiais também impediram a saída de viaturas em batalhões do estado. Mais de 130 pessoas foram mortas na onda de violência que se instalou em várias cidades devido à falta de policiamento. Cerca de 300 militares da Força Nacional e 1.500 militares do Forças Armadas foram enviados ao Espírito Santo.
Em Brasília, Temer afirmou que as Forças Armadas estão "prontas para restaurar a lei e a ordem" em resposta a greves de policiais militares. "O governo decidiu que as Forças Armadas estão prontas e disponíveis contra qualquer hipótese de desordem em qualquer estado do país", afirmou ao descrever a paralisação como uma "insurgência", já que PMs são impedidos de entrar em greve.
Temer disse ainda que a Casa Civil está finalizando um projeto de lei que vai regulamentar o direito à greve no caso de serviços considerados essenciais nos âmbitos federal, estadual e municipal.
KG/abr/ots