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Polícia

Testemunha: madrasta disse que queria dar fim em Bernardo

8 set 2014 - 17h29
(atualizado às 18h47)
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Em depoimento prestado na segunda audiência de instrução sobre o assassinato do menino Bernardo, nesta segunda-feira, na cidade de Três Passos, interior do Rio Grande do Sul,  a secretária que trabalhava na clínica do pai da criança, Leandro Boldrini, afirmou que a madrasta, Graciele Ugulioni, teria dito que teria que dar um “fim nesse piá (menino)”.

Ela foi a última das sete testemunhas a prestar depoimento nesta terça-feira. A secretária afirmou que foi orientada por Graciele a expulsar o menino do consultório, dizendo que ali não era o seu lugar. A relação do menino e da madrasta, segundo a testemunha, começou a se deteriorar com o nascimento da meia irmã de Bernardo.

Uma das babás dos Boldrini, que prestou depoimento também nesta segunda-feira, afirmou que o menino não sabia como a mãe Odilaine tinha morrido. Um dia o casal contou ao menino, que repetiu à cuidadora o que ouviu dos dois: “ela queria matar o meu pai, e como ela não conseguiu, se matou”.

Segundo a babá, o relacionamento do pai com o menino era frio, e a madrasta dizia que ele teria que ser internado porque não tinha solução. Os dois deixavam o menino nervoso, “a ponto de explodir”. Segundo ela, Bernardo amava o pai, mas tinha medo dos dois.

Ainda de acordo com o depoimento da Babá, o menino perguntava se poderia chamá-la de mãe. “Tu já sentiu saudades de alguém? Se tu sentiu, sabe o que estou sentindo hoje (...) me abraçou e chorou. Posso te chamar de mãe?”.

No depoimento prestado à Justiça, a vizinha da família Boldrini disse que a criança andava de uniforme porque suas roupas não tinham condições de serem usadas. Ela afirmou que ele a indagou sobre como conversar com um juiz, e que o Conselho Tutelar consultou o casal para saber se teria interesse em ficar com a criança.

Ainda de acordo com o dito pela vizinha, a madrasta era quem mais reclamava de Bernardo, dizendo que o menino teria que “explodir”. Segundo ela, uma vez a criança reclamou de dores causadas pelo aparelho ortodôntico, e ouviu da madrasta, “ele que se vire, esse guri só me incomoda”.

Funcionárias da escola também foram ouvidas, entre elas uma professora de Bernardo, que ouviu da madrasta o relato de que o menino seria esquizofrênico, uma vez que corria atrás da família com um facão. Na escola ele apresentava problemas de concentração e o pai se mostrava incomodado em discutir assuntos escolares. 

Fonte: Terra
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