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Polícia

Traficante do Rio exibe vida de luxo na Internet

Saulo de Sá Silva, o Barão do Pó da favela da Rocinha, desafia a PF e a Polícia Civil do Rio de Janeiro com fotos de sua vida de luxo

17 jun 2007 - 13h09
(atualizado em 31/8/2017 às 10h32)
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Procurado pela Polícia Civil carioca e a Polícia Federal, o traficante Saulo de Sá Silva, 32 anos, conhecido como "Barão do Pó" da favela da Rocinha, no Rio, desafia as autoridades exibindo no site de relacionamento Orkut fotos de sua vida luxuosa. O ex-carteiro aparece na página de sua mulher, Fabiana, no site de relacionamentos Orkut, usando peruca e óculos de lentes rosas, dentro de uma banheira de espuma. Há ainda imagens de viagens a praias paradisíacas do País e pequenas fortunas que passam pelas mãos dele.

O traficante Saulo de Sá Silva, 32 anos, conhecido como Barão do Pó da favela da Rocinha, no Rio, desafia as autoridades exibindo na Internet fotos de sua vida luxuosa
O traficante Saulo de Sá Silva, 32 anos, conhecido como Barão do Pó da favela da Rocinha, no Rio, desafia as autoridades exibindo na Internet fotos de sua vida luxuosa
Foto: Reprodução

Segundo a polícia, porém, Silva tem um estilo de vida avesso à ostentação e não costuma ser fotografado sequer sorrindo. Sua mulher, também conhecida como Bibi Perigosa, no entanto, teve detalhes de sua vida expostos no Orkut, onde já apareceu exibindo-se com notas de R$ 100.

Fabiana, que teria feito lipoaspiração e colocado prótese de silicone no ano passado, tem ainda uma coleçao de perfumes caros, avaliada em R$ 2,4 mil. Ela também gastou R$ 2,5 mil para colocar o piso de sua casa na Rocinha, onde há móveis novos, banheira de hidromassagem, TV tela plana e sacos para treinar boxe.

Ela teria contratado um helicóptero para jogar cinco mil rosas em cima da favela e colocado faixa de amor no Valão, localidade chamada de Vietnã, onde Silva passa boa parte do tempo. Para o último Dia dos Namorados, mandou pintar na Curva do S declaração de amor.

Depois que o perfil do Orkut se tornou público com a reportagem do jornal O Dia, Fabiana mudou o nome como se identificava e retirou as fotos.

Silva, que teria um laboratório para misturar a droga quase pura que traz da Bolívia, não se envolve na guerra entre facções, comercializando drogas até para redutos controlados pelo Comando Vermelho (CV). Tudo com aval do "patrão" da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, que é da facção Amigos dos Amigos do Lulu (ADALL), que controla a Rocinha.

Silva também é conhecido como Salsicha ou Robinho Pinga, nome que adotou para tentar confundir a polícia, clonando o de Robson André da Silva, líder da facção Terceiro Comando Puro. Ele fugiu Polinter no Grajaú em 21 de dezembro de 2005. A sindicância aberta do caso pela Corregedoria da Polícia Civil há 543 dias, porém, não foi concluída até hoje.

O bandido, que andava desarmado e sem seguranças, mudou de hábitos depois que a PF tentou prendê-lo, há 10 dias, enquanto almoçava num restaurante da Via Ápia. Na ocasião, um agente acabou assassinado.

Provocar mortes, porém, não seria o "estilo' do criminoso. Segundo investigações, Silva teria rejeitado um pedido de um tio, que se envolveu numa disputa pessoal e queria que "soldados" do sobrinho resolvessem o caso a tiros. Além disso, não mandou atacar os traficantes que vinham atuando em Arraial do Cabo, região dominada por seu irmão Cristiano de Sá Silva, o Abelha, que esta preso em Bangu 3.

Investigações da 15ª DP (Gávea) e da PF apontam que Saulo controla de perto toda a compra dos produtos usados para a mistura da droga, como éter, acetona, clorídrico e até galões e frascos de vidro temperado. "Ele acompanha tudo de perto para não perder o controle da situação", diz um inspetor.

Apesar de não ter um valor exato dos rendimentos do tráfico na Rocinha, os investigadores calculam que os lucros triplicaram em um ano. "Como os contatos são todos seus, Silva monopolizou o fornecimento da Rocinha. E como ele está enriquecendo o Nem e o Joca (João Rafael da Silva, outro chefe do morro), ninguém reclama", diz o agente.

O tráfico de drogas, porém, não é o único sustento do criminoso, conforme os investigadores. Para tentar expandir seu rendimentos, ele montou um grupo de meninas, escolhidas por ele pessoalmente, para revender cosméticos dentro da Rocinha, onde vivem mais de 200 mil pessoas.

As relações comerciais de Silva com outras facções, além da Amigos dos Amigos do Lulu (ADALL), vêm acontecendo há mais de um ano. Saulo teria adotado o discurso de que "não deixaria de ganhar dinheiro por causa de duas letras", referindo-se à guerra entre bandos. Hoje, pelo menos seis comunidades dominadas pelo CV são abastecidas por Saulo. Na maioria delas, através de seu irmão Abelha. Essa articulação lhe garantiu o tratamento de "patrão" dentro da favela.

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