"Vai morrer gente", diz sindicato sobre celas lotadas no RS
Em meio à grave crise no sistema carcerário, estado enfrenta falta de vagas até nas celas da polícia civil
"Vai morrer gente". Essa foi a frase do vice-presidente do sindicato dos servidores da polícia civil do Rio Grande do Sul (Ugeirm) sobre a superlotação registrada em celas de delegacias na região Metropolitana de Porto Alegre. Conforme Fábio Castro, a situação está "insustentável" e a categoria não descarta uma paralisação nos próximos dias. Ele ainda ironizou a atuação do secretário de segurança pública do Estado, Cezar Schirmer: " parece que não temos secretário, o cargo está vago".
Castro utilizou as rebeliões registradas em outros estados do país para justificar o temor da categoria: "as delegacias tem ainda menos estrutura para receber apenados do que as cadeias. Se acontece nos presídios, o risco é maior nas unidades da polícia civil". Nos próximos dias, uma denúncia sobre a situação deve ser encaminhada à comissão dos direitos humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Para amenizar a situação de superlotação nas carceragens da polícia civil, o Estado disponibilizou um ônibus-cela (que foi alvo de uma tentativa de fuga no último domingo) e prevê a inauguração de um centro de triagem com 84 vagas em Porto Alegre até a metade do mês de fevereiro. Nesta quarta-feira, pelo menos cem presos aguardavam vagas no sistema prisional apenas nas delegacias de Porto Alegre e região.