Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Polícia

Veja 7 perguntas sem respostas em chacina de família em SP

Perito e advogado criminalista falam sobre o que deve ser esclarecido nos próximos dias nas mortes de 5 pessoas da mesma família na Brasilândia

7 ago 2013 - 18h03
(atualizado às 18h18)
Compartilhar
Exibir comentários
A investigação descartou que o crime tenha sido um ataque de criminosos aos dois PMs e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar
A investigação descartou que o crime tenha sido um ataque de criminosos aos dois PMs e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar
Foto: Fernando Borges / Terra

Responsáveis por revelar como a chacina da família Bovo Pesseghini foi cometida e o seu provável autor, os peritos criminais designados para atuar desde a última segunda-feira em São Paulo - quando os corpos dos cinco mortos foram encontrados em uma residência na Brasilândia, zona norte da capital - têm ao menos sete questões fundamentais para informar à Polícia Civil, encarregada do inquérito. Após isso, o assassino deve ser confirmado.

O resultado está previsto para sair somente em 30 dias, mas o Terra convidou o perito Bruno Telles, secretário da Associação Brasileira de Criminalística, e Ademar Gomes, presidente da Associação dos Advogados Criminalistas de São Paulo, a adiantar as respostas, baseados em seus conhecimentos técnicos e experiências criminais.

Confira, a seguir, o que eles pensam sobre as perguntas ainda sem respostas na chacina que matou o sargento da PM Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos; a mulher dele, a cabo Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos; a mãe dela, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos; Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos, irmã de Benedita; e o jovem Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, o principal suspeito da série de homicídios.

Pergunta Resposta

Por que ninguém ouviu o barulho dos tiros?

Segundo Bruno Telles, “a visão do cinema de que o tiro faz barulho alto e perceptível não é real. Dependendo da munição da arma .40, ele pode ser menor do que o de uma batida de palmas. É um barulho seco”. Já Ademar Gomes afirma que “qualquer tiro tem barulho, a não ser com uso de silenciador. Os outros acordariam, a menos que estivessem dopados”.

Por que não há sangue nas roupas?

O perito sustenta que “vestígios de sangue só ficam quando a pessoa está muito próxima da vítima ou quando atinge uma região com grande quantidade de líquido, como pescoço e peito. No caso da cabeça, a massa encefálica respinga na parte de trás e não mancha as roupas do assassino”. O advogado criminalista vai na mesma linha e diz que “isso depende da distância em que ocorreu o disparo”.

Como o menino teria tanta precisão nos disparos?

Telles conta que é atirador e já foi superado por meninos de 9 anos em competições informais de tiro. “É normal que o policial ensine o filho, até mesmo porque ele não quer que o menino aprenda por outros meios. Além disso, há muitos vídeos na internet que ensinam os jovens a atirar”; Gomes salienta que “é preciso investigar esse ponto para saber se os pais não o ensinaram. Quem garante que ele não aprendeu com a família a atirar a certas distâncias?”

Como o garoto cairia com a arma embaixo do corpo?

De acordo com o perito criminal, “a pessoa só é jogada para longe no suicídio quando efetua o disparo em pé. Para examinar a hipótese, existe uma metodologia angular padrão de onde o tiro deve ser dado. Ela mostra se parte dos ossos foram queimados e a pele do crânio rasgada. O conjunto da análise determina tudo”. Por outro lado, o advogado entende que “o tiro iria jogar o jovem para longe, porque a arma é pesada. Ele deveria cair a dois metros de distância, no mínimo”.

De que forma a perícia saberá quem usou a arma?

Neste ponto, Bruno Telles é enfático: “o local tem de ser preservado após o crime, tudo passa por aí. Um exame chamado microscópio eletrônico de varredura identifica se existe antimônio de bário no dorso da mão do suspeito. Se confirmar, isso significa que ele efetuou disparos nos últimos sete dias".

Como é possível saber se as vítimas foram dopadas?

Para o perito, a família pode ter sido dopada facilmente. “É normal policiais tomarem remédios para depressão, ainda mais os que trabalham na 'boca do lixo' todos os dias. Colocando os medicamentos em um suco, por exemplo, toda a família dorme”; o advogado acha que “apenas o Instituto Médico-Legal pode responder a essa pergunta, após a liberação dos exames toxicológicos”. 

Um exame de DNA da família deve ser solicitado?

Não há necessidade, conforme Telles. “Os exames toxicológicos costumam responder tudo, por isso que os peritos não se apressam em dar opiniões no calor dos crimes. Estamos acostumados a ver as teorias sendo alteradas depois de certo tempo”. 

Chacina de família desafia polícia em São Paulo
Cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas na noite de segunda-feira, dia 5 de agosto, dentro da casa onde moravam, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Entre os mortos, estavam dois policiais militares - o sargento Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e a mulher dele, a cabo de Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos. O filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, também foi encontrado morto, assim como a mãe de Andreia, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e a irmã de Benedita, Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos.

A investigação descartou que o crime tenha sido um ataque de criminosos aos dois PMs e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar: o garoto teria atirado nos pais, na avó e na tia-avó e cometido suicídio.

A teoria foi reforçada pelas imagens das câmeras de segurança da escola onde Marcelo estudava: o adolescente teria matado a família entre a noite de domingo e as primeiras horas de segunda-feira, ido até a escola com o carro da mãe, passado a noite no veículo, assistido à aula na manhã de segunda e se matado ao retornar para casa.

Os vídeos gravados pelas câmeras mostraram o carro de Andreia sendo estacionado em frente ao colégio por volta da 1h15 da madrugada de segunda-feira. Porém, a pessoa que estava dentro do veículo só desembarcou às 6h30 da manhã. O indivíduo usava uma mochila e tinha altura compatível à do menino: ele saiu do carro e caminhou em direção à escola.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade