Vendedor é baleado por ter guarda-chuva confundido com arma
O vendedor André Luis de Souza, 29 anos, foi baleado duas vezes por policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE), na última terça-feira. Os policiais alegaram que confundiram o vendedor com um ladrão e pensaram que o guarda-chuva de Souza, carregado dentro da mochila, fosse uma arma.
Souza foi abordado durante uma ação policial na avenida Cupecê, em Americanópolis, zona sul de São Paulo. Ele saía do Morumbi Shopping, onde trabalha, e teve o táxi em que estava parado pelos policiais. O vendedor foi rendido e deitado de bruços no chão.
Os policiais atiraram duas vezes. Um dos disparos atingiu a panturrilha da perna direita do vendedor e outro a parte posterior da coxa esquerda. Souza, que foi levado ao hospital Santa Marta, afirmou que foi vítima de racismo. "Sinto medo, sinto revolta, porque não tem ninguém para me proteger. A polícia que servia para me proteger foi a que mais me prejudicou", disse.
No 97º Distrito Policial (Americanópolis), onde o caso foi registrado, os policiais disseram que haviam recebido a denúncia de que um taxista havia feito um pedido de socorro, pois estaria sendo assaltado. Ao abordarem o táxi onde estava Souza, disseram que houve resistência e que viram ele retirando um objeto de cabo escuro da mochila.
Eles alegam que mandaram ele largar o objeto, mas não foram atendidos. Pensando que se tratava de uma arma, atiraram contra o vendendor. Em revista posterior, os policiais constaram que se tratava de um guarda-chuva.
O responsável pelos disparos foi afastado temporariamente das ruas. A arma utilizada foi apreendida e encaminhada para a perícia.