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Política

7 de Setembro ao vivo: Acompanhe atos pelo País; Bolsonaro transforma data em evento eleitoral

Veja a transmissão do desfile em Brasília; Presidente convocou apoiadores a irem às ruas 'pela última vez': 'O que está em jogo é a nossa liberdade', afirmou; manifestações se somam a eventos cívico-militares, e movimentos sociais de oposição a Bolsonaro promovem 'Grito dos Excluídos'

7 set 2022 - 11h26
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Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) transformou o Bicentenário da Independência, comemorado nesta quarta-feira, 7, em ato político-partidário mesclado a festividades cívico-militares. Com participação prevista em eventos em Brasília e no Rio, o presidente reforça a retórica inflamada e aponta ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como adversários.

Acompanhe a transmissão do desfile em Brasília:

"O que está em jogo é a nossa liberdade, é o nosso futuro, e a população sabe que ela é aquela que nos dá o norte para as nossas decisões", afirmou o presidente antes de acompanhar o desfile na capital federal. À tarde, o presidente segue para o Rio, seu berço político. Ele é aguardado no trio elétrico do pastor Silas Malafaia, em Copacabana. A mistura da eleição com eventos militares preocupa. Manifestações similares estão previstas em todos os Estados, assim como o tradicional "Grito dos Excluídos", organizado por movimentos sociais de esquerda.

Moraes diz que Independência é início do Brasil livre e do estado democrático de direito

Poucas manifestações políticas em cerimônia na capital gaúcha

Porto Alegre - Apesar de muitas pessoas utilizando material de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, a cerimônia de Sete de Setembro ocorre sem ocorrências de confrontos políticos . A tradicional camiseta da seleção brasileira e a bandeira nacional eram as principais "fardas" utilizadas.

A expectativa de mais de 5 mil pessoas foi batida, sendo que ao longo do trajeto da Orla do Guaíba pessoas subiram em árvores ou barrancos para assistir melhor ao desfile, que contou com saltos de paraquedistas, tanques e apresentações da cavalaria e bandas militares.

Érico Almeida Fabres

Manifestação política na capital gaúcha contou com saltos de paraquedistas, tanques e apresentações da cavalaria e bandas militares Foto: Érico Almeida Fabres

Carro de som vacila, coloca áudio de Lula e recebe vaias

Um trio elétrico que acompanha a manifestação a favor do Governo Bolsonaro, na Praça da Liberdade, no coração de Belo Horizonte, cometeu uma gafe durante o ato, na manhã desta quarta-feira (7), feriado de 7 de Setembro. Em alto e bom som, um áudio do candidato Lula saiu e foi recebido com muitas vaias.

O erro durou pouco. Em segundos a situação foi contornada, com a música tema do filme Tropa de Elite com falas do Presidente Jair Bolsonaro.

Marcellus Madureira

Como funciona a urna eletrônica? Tire suas dúvidas

O sistema eletrônico de votação estreou no Brasil em 1996. Naquele ano, a tecnologia foi utilizada apenas em capitais e cidades com mais de 200 mil habitantes, mas nas eleições seguintes, em 1998, municípios menores, com pelo menos 58 mil moradores, foram incluídos. Hoje, o sistema alcança todas as cidades - ao todo serão 577 mil urnas eletrônicas à disposição neste pleito.

A confiabilidade das urnas tem sido questionada pelo presidente e candidato a reeleição, Jair Bolsonaro (PL), e por seus apoiadores. Mas cientistas e autoridades eleitorais garantem a lisura do processo. Isso porque várias barreiras tecnológicas impedem o equipamento de mudar ou deixar de computar o voto de um eleitor.

O sistema eletrônico de votação estreou no Brasil em 1996. Foto: Filipe Araujo/Estadão

Faixa pede fechamento do STF em ato pró-governo em Copacabana

Faixa pede o fechamento do STF em manifestação pró-governo em Copacabana. Foto: Mônica Ciarelli

Apoiadores de Bolsonaro usam faixas para pedir impeachment de Moraes, intervenção militar e nova Constituição

BRASÍLIA - Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) levaram à Esplanada dos Ministérios faixas com pedidos de intervenção militar e destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as mensagens expostas, algumas que sugerem ao presidente "acionar as Forças Armadas por eleições limpas". O desfile militar das comemorações do bicentenário da Independência ganhou tom eleitoral, com militantes reverberando o discurso de Bolsonaro. Confira a reportagem completa.

Entenda o que Alexandre de Moraes investiga sobre atos antidemocráticos

Em junho de 2021, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a abertura de uma apuração para investigar a existência de grupos organizados em prol de ataques contra a democracia. Esses núcleos, segundo o ministro, representariam "uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político".

Essa linha de investigação tem conexão com uma outra, arquivada a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e que apurava atos antidemocráticos que defenderam a volta da ditadura militar, intervenção das Forças Armadas e atacaram os Poderes Legislativo e Judiciário.

O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a abertura de uma apuração para investigar a existência de grupos organizados em prol de ataques contra a democracia em junho de 2021 Foto: André Dusek/ Estadão

Desfile não atrai políticos em Sorocaba

Sorocaba - Contrariando uma tradição, os deputados estaduais e federais de Sorocaba não estiveram no palanque do desfile de 7 de Setembro, que está sendo realizado em frente ao Palácio dos Tropeiros, sede da prefeitura da cidade. Apenas o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), secretários, vereadores e outras autoridades locais ocupam o palco montado na Av. Carlos Reinaldo Mendes.

A cidade tem dois deputados federais (Vitor Lippi, do PSDB, e Jefferson Campos, do PSD), e dois estaduais (Maria Lucia, do PSDB e Carlos Cezar, do PL). Segundo a prefeitura, todos foram convidados. A chuva prejudicou o acesso do público, que não lotou a área reservada para ele - a Polícia Militar não estimou a quantidade de pessoas. Muitas famílias compareceram com bandeiras do Brasil. Não houve discursos. A expectativa é de um público maior e da presença de políticos na Marcha para Jesus que será realizada às 13 horas. A concentração será na ponte da Castelinho, próxima à prefeitura.

José Maria Tomazela

Grito dos excluídos terá distribuição de refeições pelo MST

Porto Alegre - Iniciou esvaziado, por volta de 9h, com pouco mais de uma centena de pessoas, o Grito dos Excluídos e das Excluídas. Tendo como tema "Brasil, 200 anos de (In)dependência. Para quem?", o ato deve se estender até 12h, quando ocorre um almoço que será distribuído pelo Movimento Sem Terra.

A atividade tem como intuito denunciar desigualdades estruturais no Brasil. A expectativa é que 700 pessoas de 25 movimentos sociais diferentes participem da caminhada.

Érico Almeida Fabres

Grito dos excluídos em Porto Alegre nesta quarta-feira, 7, com tema "Brasil, 200 anos de (In)dependência. Para quem?" Foto: Carolina Lima

Ambulantes lulistas faturam com clientes bolsonaristas

Salvador - Muitos ambulantes preferiram montar suas bancas na orla da Barra na manhã do 7 de setembro, onde se concentra o ato em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), para vender seus produtos a clientes, segundos eles, mais "endinheirados".

"Vou falar a verdade: sou Lula, porque moro na periferia e sei como é. Preferi vir aqui porque circula gente com mais dinheiro do que lá na festa oficial que é mais criança", conta Eduardo de Jesus, que até vestiu a camisa amarela. Bandeira do Brasil a R$20 ou R$30, camisa da seleção por R$69 e pochete com a imagem de Bolsonaro por R$15. Perto dali, Cosme Souza, 43, vende cerveja: "A maioria dos ambulantes aqui é Lula. Mas é dinheiro que entra". Ao lado dele, o colega Bruno Vaz resume: "A gente vai continuar pegando os R$600 [do Auxílio Brasil]. Mas na eleição a gente é Lula".

Regina Bochicchio

Ambulantes lulistas vendem bandeiras e faixas em apoio a Bolsonaro em Salvador. Foto: Regina Bochicchio

Ausências de Lira, Pacheco e Fux ao lado de Bolsonaro no desfile de 7 de Setembro chamam atenção

O desfile cívico-militar de 7 de Setembro, em período eleitoral, se notabiliza também por algumas peculiaridades que não se viu em anos anteriores, como, por exemplo, as ausências dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco.

Também não participam do desfile os presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. As ausências dos chefes dos demais poderes neste evento não é comum.

Ao lado do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), encontram-se o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, a primeira-dama Michele Bolsonaro e o empresário Luciano Hang.

Outra novidade na comemoração do 7 de Setembro deste ano em Brasília é o desfile de tratores representando o segmento do agronegócio, que tem sido usado politicamente pelo presidente Bolsonaro no seu horário eleitoral, alegando que o ex-presidente Lula chamou parte do setor de fascista durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.

Iander Porcella, Eduardo Gayer e Célia Froufe

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa em Brasília do desfile de 7 de Setembro em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil nesta quarta-feira. Foto: Wilton Junior/Estadão

Desfile cívico-militar abre 7 de setembro em Natal

Natal - O tradicional desfile cívico-militar abriu os eventos alusivos ao Dia da Independência do Brasil na cidade de Natal nesta quarta-feira, 7. A abertura começou às 9h, na Praça Cívica, em Petrópolis, zona Leste, com o desfile de militares e escolas municipais e estaduais.

Também ocorre o "Grito dos Excluídos", movimento ligado a partidos e grupos de esquerda, que saiu da Ribeira por volta das 10h. À tarde, um ato organizado por grupos de direita e simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro (PL) está previsto a partir das 14h.

Ícaro Carvalho

Desfile cívico-militar em Natal (RN) por ocasião do 7 de Setembro. Foto: Ícaro Carvalho

O que é um golpe de Estado? Veja casos na história do Brasil

Convocações para o 7 de Setembro reacenderam a discussão sobre um possível golpe de Estado acontecer no Brasil. Apesar de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter reiterado que não compactua com um golpe, o assunto ganhou força após os atos de 7 de Setembro de anos anteriores, em que apoiadores do presidente disseram "autorizar" que Bolsonaro iniciasse uma intervenção militar no Brasil. Em 2021, grupos de caminhoneiros chegaram a bloquear rodovias para aguardar uma suposta ordem do presidente.

Um golpe é uma intervenção autoritária no sistema político que interrompe a normalidade institucional e democrática. Na prática, trata-se da tomada do poder estatal à força, sem previsão constitucional. O autogolpe seria a tentativa de um governante que já está no poder permanecer no cargo mesmo tendo perdido uma eleição.

Manifestação em abril de 2020, em frente ao Quartel General do Exército, teve participação do presidente Jair Bolsonaro, pediu fechamento do Congresso e do Supremo, deposição de governadores e intervenção militar Foto: Gabriela Biló/Estadão

Agenda 7 de Setembro: Confira a programação em 9 capitais brasileiras e no Distrito Federal

Após dois anos suspensos devido à pandemia, os desfiles cívico-militares voltam a ser realizados este ano nas capitais brasileiras. Haverá programação militar em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, entre outros. Também estão marcados atos pelo País em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), além do Grito dos Excluídos, de oposição ao governo, em todos os Estados.

Presidenciáveis e políticos brasileiros celebram data; confira mensagens

Presidenciáveis e figuras públicas da política brasileira usaram suas redes nesta quarta-feira, 7, para comentar sobre o bicentenário da Independência do Brasil. A data conta com uma programação de desfiles cívicos e atos político-partidários em diversas cidades do País, sendo o primeiro momento público de comemoração depois da fase mais aguda da pandemia.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT) publicaram suas respectivas mensagens em formato de vídeos, com o hino nacional e o hino da independência ao fundo. O petista e o pedetista defenderam, respectivamente, "amor e união pelo Brasil" e "dias melhores". O presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD) afirmou que os atos precisam ser "pacíficos, respeitosos e celebrar o amor à pátria, à democracia e o Estado de Direito".

Manifestantes vestem verde e amarelo para celebrar a Independência do Brasil. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Manifestantes pró-Bolsonaro usam 7 de Setembro para criticar comunismo, STF e Rede Globo

Manifestantes pró-governo já começaram a ocupar a orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, para demonstrar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) por ocasião do 7 de Setembro. Parte dos presentes no local usam microfones para criticar o STF, a Rede Globo e discursar contra uma suposta ameaça de comunismo no País. Eles também carregam faixas sobre esses temas, sendo que algumas mensagens estão escritas em inglês.

Dez carros de som estão estacionados próximos ao Forte de Copacabana. Uma fila com cinco caminhões com a bandeira do Brasil se formou entre o Leme e o Forte. Faixas com o nome de Bolsonaro e dizeres em defesa do voto impresso são vendidos por R$ 5.

Pedro Venceslau

Faixa em apoio ao presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro; manifestantes fazem ato pró-governo neste 7 de Setembro. Foto: Pedro Venceslau

Damares e outros candidatos aproveitam desfile para distribuir santinhos

A Esplanada dos Ministérios vive clima de comício eleitoral a poucos minutos do início do desfile cívico-militar nesta quarta-feira, 7. Apoiadores de candidatos ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no Distrito Federal aproveitaram a concentração de potenciais eleitores para distribuir santinhos e material de campanha. A campanha da ex-ministra Damares Alves (Republicanos), na corrida por uma vaga ao Senado pelo DF, posicionou dezenas de militantes próximos à rodoviária de Brasília. O local é estratégico, porque aborda apoiadores que acabam de chegar à Esplanada vindos das áreas residenciais. Outros candidatos na disputa pelo cargo de senador também investiram no clima de comício, como a ex-ministra Flávia Arruda (PL), o petebista Marcelo Hipolito (PTB) e o candidato do PSD, Juscelino Kubitscheck, neto do ex-presidente homônimo. Leia a reportagem completa aqui.

Wesley Galzo

O presidente Jair Bolsonaro diz que 'liberdade está em jogo' - 7/9/2022 Foto: Reprodução/TV Brasil

'O que está em jogo é nossa liberdade', diz Bolsonaro antes de desfile em Brasília

BRASÍLIA - O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) voltou a convocar a população para ir às ruas nesta quarta-feira, 7 de setembro. "A todos do Brasil, compareçam às ruas, dá tempo ainda, de verde e amarelo, as cores da nossa bandeira", declarou o chefe do Executivo, que pretende capitalizar politicamente sobre o desfile cívico-militar e os atos governistas programados em todo o País.

Em entrevista à TV Brasil, Bolsonaro afirmou que o dia de hoje é mais do que o Bicentenário da Independência. "É a democracia, a liberdade de um povo. É só ver o que está acontecendo na América do Sul e também em outros países. Mas obviamente, é uma data marcante para nós", afirmou, em nova crítica a governos de esquerda da região. "O povo brasileiro que hoje está indo às ruas para festejar 200 anos de independência é uma eternidade de liberdade. O que está em jogo é a nossa liberdade, é o nosso futuro, e a população sabe que ela é aquela que nos dá o norte para as nossas decisões".

O presidente afirmou que sua chegada ao poder em 2019 fez o patriotismo ressurgir no País. "Essa participação cada vez maior da nossa população nesses momentos nos dá força, nos oxigena, para ganhar mais coragem ainda para defender o futuro da nossa pátria", declarou,. "Cada vez mais estamos vendo a economia do Brasil dando exemplo para o mundo. Temos hoje uma das gasolinas mais baratas do mundo", seguiu. Em seguida, destacou a criação do Auxílio Brasil de R$ 600.

Eduardo Gayer e Iander Porcella

Estadão
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