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Política

8 de Janeiro: 'Abraço da democracia' e devolução de obras históricas marcam programação de evento

Relógio do século XVII trazido ao Brasil por D. João VI em 1808, destruído em 8 de janeiro de 2023, e outras obras serão reintegrados ao acervo do Planalto

6 jan 2025 - 11h12
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Nesta quarta-feira, 8, a Praça dos Três Poderes, em Brasília, será palco do segundo aniversário dos ataques às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará de uma agenda repleta de atos públicos e simbólicos que ressaltam a recuperação e a memória democrática.

Os atos começarão na Sala de Audiências do Palácio do Planalto, às 9h30, com a reintegração de obras de arte restauradas após os ataques. Entre elas, destaca-se um raro relógio do século XVII, trazido ao Brasil por D. João VI em 1808. Como mostrou o Estadão, a peça foi recuperada na Suíça sem custos para o governo brasileiro a tempo para a comemoração. Criado por Balthazar Martinot, relojoeiro do rei Luís XIV, o relógio, que possui apenas dois exemplares, havia sido destruído durante os ataques de 2023.

Antônio Cláudio Alves Ferreira, o mecânico bolsonarista que destruiu o relógio histórico, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 17 anos de prisão por crimes como golpe de Estado e associação criminosa armada. Ele e outros réus também foram condenados a pagar R$ 30 milhões em indenizações coletivas.

A solenidade terá entrega de 21 obras de arte que tinham sido destruídas durante os atos de 8 de janeiro de 2023 e foram restauradas. Às 10h30 será feito o descerramento da obra "As Mulatas", de Di Cavalcanti, avaliada em R$ 8 milhões, que foi furada durante os ataques antidemocráticos. Uma cerimônia com a presença de autoridades está prevista para as 11h, no Salão Nobre do Palácio do Planalto.

À tarde, Lula descerá a rampa do Planalto acompanhado de autoridades para participar do "Abraço da Democracia". O ato simbólico na Praça dos Três Poderes contará com a presença de representantes do Executivo, do Legislativo, do Judiciário, de movimentos sociais e da militância de esquerda.

Com a presença de instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o "Abraço da Democracia" deverá reunir cerca de mil pessoas.

Os eventos ocorrem no momento em que o Congresso discute o futuro da lei de anistia para os envolvidos nos atos golpistas. Os líderes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), potenciais sucessores nas lideranças da Câmara e do Senado, são peças-chave na tramitação dessa pauta.

O evento também marca avanços nas investigações sobre a tentativa de golpe. No último ano, o general Walter Braga Netto tornou-se o primeiro general de quatro estrelas a ser preso por suspeita de envolvimento no episódio. Ele foi indiciado, ao lado de outros 36 aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em um plano que incluía ações para impedir a posse de Lula e até mesmo assassinatos.

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Estadão
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