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Política

Abin: saiba o que é e como funciona a Agência Brasileira de Inteligência

Órgão tem missão de oferecer informações estratégicas para proteger o país de ameaças e foi alvo de ação da PF contra espionagem de ministros do STF, jornalistas e adversários de Bolsonaro

20 out 2023 - 15h56
(atualizado às 16h02)
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BRASÍLIA - No centro da Operação Última Milha da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã desta sexta-feira, 20, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é o órgão principal do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) e tem como função conceder informações estratégicas e confiáveis ao Palácio do Planalto. Os informes são enviados ao Poder Executivo através de relatórios, com a finalidade de evitar possíveis ameaças ao Estado Democrático de Direito e à soberania nacional.

BRASILIA DF NACIONAL FACHADA DA ABIN 02/03/2023 - Fachada do predio da Agencia Brasileira de Inteligencia (Abin). O presidente Luiz Inacio Lula da Silva transferiu a Agencia Brasileira de Inteligência (Abin) do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para a Casa Civil, pasta chefiada pelo ministro Rui Costa. O decreto com a mudança foi publicado no Diario Oficial da Uniao desta quinta-feira (2). FOTO Antonio Cruz/Agencia Brasil
BRASILIA DF NACIONAL FACHADA DA ABIN 02/03/2023 - Fachada do predio da Agencia Brasileira de Inteligencia (Abin). O presidente Luiz Inacio Lula da Silva transferiu a Agencia Brasileira de Inteligência (Abin) do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para a Casa Civil, pasta chefiada pelo ministro Rui Costa. O decreto com a mudança foi publicado no Diario Oficial da Uniao desta quinta-feira (2). FOTO Antonio Cruz/Agencia Brasil
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil / Estadão

Sistema de inteligência estava 'caótico' no 8 de janeiro, diz diretor-geral da Abin

Abin foi criada em 1999 para suceder órgão de repressão da Ditadura

Apesar de ter sido criada há pouco tempo, a atividade de inteligência existe no Brasil desde 1927, quando o presidente do País na época, Washington Luís, criou o Conselho de Defesa Nacional para receber informações estratégicas de interesse do Poder Executivo. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, foi criado o Serviço Federal de Informações e Contrainformação (SFICI), que assumiu o papel do Conselho na década de 1950.

Durante a Ditadura Militar, o órgão responsável pelos serviços de inteligência se tornou o Serviço Nacional de Informações (SNI), que serviu como um órgão de espionagem para reprimir pessoas que se posicionavam contra o regime.

O SNI foi extinto em 1990 pelo ex-presidente Fernando Collor de Melo. Nove anos depois, em 1999, a Abin foi criada para retomar os trabalhos de inteligência no País. Diferentemente do seu antecessor, a Agência é fiscalizada pelo Congresso Nacional, através da Comissão Mista de Controle da Atividade de Inteligência (CCAI).

Operação investiga monitoramento ilegal de autoridades e adversários de Bolsonaro

Nesta sexta-feira, 20, a operação da PF fez uma busca e apreensão na sede da Abin e prendeu Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky, dois servidores que teriam utilizado um sistema israelense de espionagem para monitorar adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ordem para as prisões partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou ainda o afastamento de cinco servidores da agência.

O sistema utilizado pelos servidores é o FirstMile, capaz de detectar um indivíduo com base na localização de aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G. Para encontrar o alvo, basta digitar o número do seu contato telefônico no programa e acompanhar em um mapa a última posição. Desenvolvido pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint), o software se baseia em torres de telecomunicações instaladas em diferentes regiões para captar os dados de cada aparelho telefônico e, então, devolver o histórico de deslocamento do dono do celular.

Segundo a PF, o grupo sob suspeita teria usado um 'software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira' - para rastrear celulares 'reiteradas vezes'. Os crimes teriam sido praticados sob o governo do ex-presidente. À época, a Agência era comandada por Alexandre Ramagem, que hoje é deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro.

Segundo os investigadores, a Abin teria feito mais de 30 mil monitoramentos ilegais, sendo que 1.800 desses usos foram destinados à espionagem de políticos, jornalistas, advogados, ministros do STF e adversários do governo do ex-presidente. As informações são do jornal O Globo.

Estadão
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