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Política

ACM Neto: se governo for do extremismo, não terá DEM ao lado

A hipótese passou a ser aventada no meio político após o desembarque do DEM do bloco de Baleia Rossi (MDB-SP)

7 fev 2021 - 22h00
(atualizado às 22h48)
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O presidente nacional do Democratas, ACM Neto, afirmou na noite deste domingo, 7, que se o governo federal for o "do extremismo", não terá o apoio do partido nas eleições de 2022. A hipótese passou a ser aventada no meio político após o desembarque do DEM do bloco de Baleia Rossi (MDB-SP) nas eleições da Câmara, o que deu força para Arthur Lira (Progressistas-AL) conquistar a vitória na Casa com o apoio do Planalto. Em entrevista à GloboNews, o ex-prefeito de Salvador voltou a dizer que não descarta uma aliança com Jair Bolsonaro na próxima disputa presidencial, porque, segundo ele, as negociações sobre o pleito dentro da legenda ainda não teriam começado.

ACM Neto (DEM) é um dos principais articuladores do Centrão
ACM Neto (DEM) é um dos principais articuladores do Centrão
Foto: Paulo Lopes/Futura Press / Futura Press

ACM Neto condicionou o apoio a Bolsonaro ao que chamou de "ajuste de ponteiros". "O governo cometeu muitos erros em 2019 e 2020. Vai consertar? Terá uma linha política diferente do que teve até agora? Não vamos nos juntar apenas com expectativa de vitória", declarou, lembrando o apoio da sigla ao ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições de 2020. À época, tucano amargou o quarto lugar na disputa.

"É cedo para dizer qual será a força de Bolsonaro em 2022. Precisamos ver 2021 para ter um cenário claro. Mas não aposto em 'novidadeiros'", acrescentou ACM Neto, reafirmando o que chamou de posição de independência do partido, "o que não significa oposição", em relação ao Executivo. Para o ex-prefeito soteropolitano, a próxima ida às urnas terá a tônica das eleições municipais de 2020 - pouco espaço para a chamada "nova política" e grande força de figuras tradicionais. "O governo está fazendo política. A lógica não permite a gente concluir que presidente vai chegar em 22 com discurso da antipolítica."

Embora negue que haja negociações nos bastidores do DEM sobre 2022, o presidente nacional da legenda citou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, ambos filiados ao partido, como possíveis nomes para a disputa presidencial. Ele ainda elogiou o nome do apresentador Luciano Huck, virtual pré-candidato, mas ainda sem filiação partidária. E disse ter o sonho de ser presidente da República, um dia. "É claro que tenho o sonho, mas não vou marcar datas, tudo isso depende do momento e um pouco do destino."

Eleições na Câmara.

Grande pivô da crise no bloco de Baleia Rossi, a posição de neutralidade do DEM nas eleições da Câmara foi defendida por ACM Neto durante a entrevista, por ter sido tomada em reunião da Executiva Nacional da legenda. "É importante compreender que DEM é um partido que não tem dono."

O presidente da sigla, contudo, descartou que o desembarque da candidatura de Baleia, que tinha Rodrigo Maia (DEM-RJ) como fiador, tenha sido acertada com o governo federal em troca de ministérios ou cargos. "Jamais aceitei discutir cargos com o presidente ou sua equipe", declarou. ACM Neto também negou que será ministro, hipótese aventada nos bastidores da política ao longo da última semana. "Meu projeto é outro", declarou. O ex-prefeito de Salvador quer ser candidato ao governo da Bahia em 2022.

ACM Neto elogiou a atuação de Rodrigo Maia ao longo de seus mandatos na Câmara dos Deputados. O ex-prefeito de Salvador e o ex-presidente da Casa estão rompidos após o DEM abandonar Baleia Rossi, o que deve levar Maia a deixar a sigla. "Se depender de mim, Rodrigo Maia fica. Mas a decisão cabe a ele."

Por fim, o presidente nacional do DEM disse que o partido saiu vitorioso nas eleições do Congresso com a escolha de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à presidência do Senado. "Vocês vão se surpreender com a presidência de Pacheco."

Estadão
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