Livre comércio com EUA não deve sair tão cedo, diz ministro
Nos EUA, Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) disse que acordo é uma aspiração do governo brasileiro
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse neste domingo, nos Estados Unidos, que um acordo de livre comércio é uma aspiração do governo brasileiro, mas ressaltou que é algo que não deve ocorrer no curto prazo.
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"Um acordo de livre comércio é uma aspiração, é algo que se coloca no horizonte, mas neste momento estamos focando em outros pontos", disse o ministro, em Nova York, após participar de reunião entre a presidente Dilma Rousseff e executivos de 25 empresas brasileiras que atuam no mercado americano.
"Na medida em que não temos ainda o acordo de livre comércio, nós temos que focar uma agenda que possa produzir resultados no curto prazo", afirmou o minstro.
Segundo Monteiro, uma dessas iniciativas de curto prazo para ampliar o comércio entre os dois países é um acordo de convergência regulatória, para padronizar normas técnicas, que facilitaria a entrada de produtos brasileiros no mercado americano.
"Grande parte das dificuldades de acesso ao mercado americano não são propriamente pelo nível de proteção tarifária, mas sobretudo pela necessidade de harmonizar normas", ressaltou Monteiro.
No primeiro dia de atividades em sua visita aos EUA, a presidente recebeu os empresários brasileiros em uma reunião no hotel St. Regis, onde está hospedada em Nova York.
No encontro, a presidente ouviu a opinião dos executivos sobre os desafios no relançamento da relação com os Estados Unidos.
"Falamos sobre como veem a relação de seus respectivos setores com os Estados Unidos e quais são os objetivos no médio prazo", disse o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Confiança
A presidente chegou na noite de sábado a Nova York, primeira etapa de uma visita de quatro dias aos Estados Unidos que tem como foco principal a economia e o objetivo de restaurar a confiança de investidores no Brasil.
Na chegada ao hotel, Dilma disse que a expectativa para os encontros com o presidente americano, Barack Obama, é "muito boa" e não quis responder a perguntas de jornalistas sobre as acusações de uso de dinheiro ilegal em sua campanha.
A ênfase na economia se reflete na agenda da presidente. Nesta segunda-feira, ela se reúne com dois grupos de empresários estrangeiros e participa do encerramento do seminário "Infrastructure Brazil", que deve reunir cerca de 470 empresários dos dois países em Nova York. À tarde, segue para Washington, onde será recebida por Obama com um jantar na Casa Branca.
Na terça-feira, Dilma participa de reunião de trabalho com Obama e da 3ª Cúpula Empresarial Brasil-EUA, antes de partir para San Francisco, onde na quarta-feira também se reúne com executivos.
A visita ocorre em um momento em que a presidente enfrenta uma crise econômica e política, agravada com a revelação de que o dono da UTC, Ricardo Pessoa, disse em delação premiada que campanhas do PT receberam repasses irregulares de dinheiro.
A viagem também marca uma reaproximação com os Estados Unidos, após o escândalo de espionagem em 2013, quando a revelação de que Dilma estava entre os alvos espionados pelo governo americano fez com que ela cancelasse uma visita de Estado ao país.