Acordos com a China podem gerar investimentos de R$ 50 bi, dizem membros da comitiva de Lula
Entre as duas comitivas brasileiras que foram ao país asiático no fim de março e agora, foram definidas cerca de 40 parcerias firmadas a nível federal, com Estados e entre empresas privadas
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM - Acordos assinados pelo Brasil na China, incluindo os dos governos federal, estaduais e entre empresas privadas, podem gerar R$ 50 bilhões em investimentos à economia brasileira, avaliam interlocutores do governo em Pequim.
Ao todo, foram assinados na viagem da delegação brasileira à China 15 acordos federais, sete de governos estaduais e cerca de 20 entre empresas, considerando também os anunciados na viagem no final de março, quando Lula originalmente faria a visita ao país.
Entre os acordos, está um memorando de entendimento entre a China Communications Construction Company (CCCC), a maior empresa de construção civil na China, e a Vale para avaliar a construção de uma ferrovia no Pará, um projeto de R$ 7 bilhões.
A Suzano anunciou três acordos, incluindo um com a Cosco para a construção de cinco navios de transporte de celulose. A elétrica chinesa State Grid fechou um acordo com a hidrelétrica de Furnas para desenvolver um projeto de revitalização de Itaipu. Já a Seara anunciou a compra de 280 caminhões elétricos da JAC Motors.
Satélite
O governo federal anunciou também a construção do CBERS-6, que faz parte de uma linha de satélites feitos em parceria entre os dois países. O novo modelo vai permitir o monitoramento da Amazônia, mesmo com nuvens, graças a uma nova tecnologia.
Entre os Estados, o Rio Grande do Norte fechou um memorando de entendimento com a Associação Sino-Brasileira de Mineração, que prevê investimentos em mineração, incluindo a construção de um laboratório de avaliação de minerais preciosos.
Na área agrícola, foi assinado um protocolo de entendimento entre ministérios, como o da Agricultura, e a administração de aduanas da China sobre requisitos sanitários e de quarentena para proteína animais terrestres que o Brasil exporta para a China.
O embaixador do Brasil na China, Marcos Galvão, disse que "o sucesso da viagem fala por si só". Um dos indícios mais claros foi a reunião bilateral de Lula com o presidente chinês Xi Jinping durar bem mais que o previsto, o que acabou atrasando o resto da programação do dia. "Ficou clara a decisão, já concretizada, de relançar as relações entre o Brasil e a China a um novo patamar."