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Política

Brasil regrediu na luta contra corrupção, diz advogado-geral

5 jul 2019 - 11h09
(atualizado às 13h00)
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Foto: Renato Menezes/AscomAGU

O advogado-geral da União, André Mendonça, disse que, entre os anos de 2011 e 2017, o Brasil esteve entre os países que mais regrediram nos indicadores de corrupção. "Ao invés de se aproximar do Chile, o mais bem colocado na América Latina, ficou cada vez mais perto do Paraguai, um dos mais mal avaliados da região", ressaltou.

Na avaliação de André Mendonça, "a corrupção é um entrave para a qualidade total da governança pública". O advogado-geral participou nesta quinta-feira, 4, de um seminário que discutiu o impacto da corrupção nos direitos humanos.

O evento foi promovido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Damares Alves, a ministra, abriu a palestra do advogado-geral, que abordou um estudo com indicadores de corrupção do Banco Mundial e da Transparência Internacional.

De acordo com os dados apresentados pelo advogado-geral, nos três países com melhores indicadores - Dinamarca, Nova Zelândia e Finlândia - "não há desperdício de recursos aplicados em políticas públicas em relação aos que apresentaram maiores índices de corrupção".

Nesses países, destacou Mendonça, "os recursos liberados para a construção de uma escola ou de um hospital, por exemplo, são usados integralmente na obra e não há desvio do dinheiro".

"Já nos dois melhores colocados na América Latina, Uruguai e Chile, o desperdício é menor se comparado com o Brasil e com aqueles com classificação pior em relação à corrupção", afirmou.

Ainda segundo a análise do advogado-geral, a escala de corrupção se assemelha aos indicadores de desenvolvimento humano das Nações Unidas. "As mesmas diferenças que existem nos indicadores de corrupção entre esses países também podem ser auferida nos Indicadores de Desenvolvimento Humano (IDH)", assinalou.

O estudo compilado pelo advogado-geral da União já foi apresentado ao presidente Jair Bolsonaro e aos ministros do governo. Para André Mendonça, chegar próximos aos índices de países nórdicos e da Nova Zelândia ainda está muito longe para o Brasil, "mas é possível estar no mesmo patamar dos mais bem colocados na América Latina".

Para isso, diz o chefe da AGU, "é preciso que todos respeitem leis, contratos e condenações impostas pela Justiça". "Se eu quero que o meu país chegue ao Chile, pelo menos, precisamos ouvir a confiança que o cidadão deposita em nós. Honrando essa confiança, nós vamos melhorar os indicadores de governança e, com isso, políticas públicas mais efetivas e os direitos humanos vão ser muito melhores resguardados", avaliou.

Estadão
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