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Política

Alckmin critica plebiscito e vê 'correria' e 'confusão'

Governador de São Paulo diz que as sugestões do plebiscito não estão claras

3 jul 2013 - 12h33
(atualizado às 12h38)
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"É preciso amadurecer o conjunto", diz Alckmin sobre plebiscito:

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), criticou na manhã desta quarta-feira a maneira com que o assunto sobre um plebiscito para a reforma política está sendo conduzido pela presidente Dilma Rousseff e pelo Congresso. Segundo ele, a reforma deveria ter sido iniciada já no primeiro ano de governo da petista. Alckmin acredita que o tema é discutido de maneira "confusa" e na "correria".

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"Muitas coisas nem dependem de mudança constitucional, apenas mudanças de lei e agora as coisas estão numa correria enorme e confusas. A questão do plebiscito é complexa. Um plebiscito agora pode custar de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões”, disse ele. Além disso, para o governador de São Paulo, a pergunta sobre o financiamento público e privado nas campanhas eleitorais é muito complexa e as outras questões sugeridas não estão "nada claras".

"É difícil de ser respondido por qualquer cidadão. Se o Brasil tiver quatro ou cinco partidos com fidelidade partidária, programáticos, com cláusula de desempenho, aí sim pode- se discutir essa questão, mas com mais de 30 partidos, como vai se aprovar o financiamento em campanha?", questionou.

Alckmin comentou também sobre a posição do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que sugeriu que o plebiscito fosse feito durante as eleições de 2014.

"Independente de quando for, tem que amadurecer mais o conjunto da questão. Vai perguntar o que? Há questões anteriores. Não é uma coisa simples", disse Alckmin. Para ele, primeiramente é preciso entender esse “novo Brasil” que surgiu nas últimas semanas com as manifestações populares.

"Não é só uma questão eleitoral. São questões de vida das pessoas. É a questão da saúde, mobilidade urbana, impunidade, questão econômica, com inflação, baixo crescimento, um conjunto de questões mais profundas. Me preocupa de como está sendo colocado esse plebiscito”, disse.

Apesar das críticas, o governador fez questão de deixar claro que defende a reforma política no País. “Se não houver o empenho do Executivo, junto ao Legislativo, não sai. O presidencialismo tem problemas, mas ele tem uma grande vantagem. O que se elege vem com 100 milhões de votos. A legitimidade das urnas é muito forte e isso precisa ser aproveitado”, completou Alckmin.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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