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Política

Alckmin levará ex-secretários e aliados para ato de filiação ao PSB

Evento que terá a presença de líderes históricos do PSDB será na quarta-feira; participação de Lula não está confirmada

18 mar 2022 - 05h33
(atualizado às 07h28)
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Alckmin deve se filiar ao PSB na semana que vem para ser vice de Lula
Alckmin deve se filiar ao PSB na semana que vem para ser vice de Lula
Foto: Ricardo Stucker/Reprodução / Estadão

O ex-governador Geraldo Alckmin deve assinar sua ficha de filiação ao PSB na próxima quarta-feira, 23, em Brasília, em um evento que está sendo formatado para apresentá-lo como um político progressista e no qual lideranças históricas de outros partidos também vão ingressar na legenda. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem o ex-tucano deve ser candidato a vice, ainda não confirmou presença no ato de filiação, mas dirigentes pessebistas dizem que o presidenciável sinalizou que vai participar do evento.

Entre as lideranças que vão dividir o palanque com Alckmin e também assinarão a filiação ao PSB estão o presidente da Aliança Nacional LGBTQIA+, Toni Reis; o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, que deixou o PSDB; o advogado e influencer Augusto de Arruda Botelho; e o senador Dario Berger (SC), que deixou o MDB; além do núcleo de aliados mais próximos do ex-governador paulista.

A lista de tucanos do entorno de Alckmin que vai se filiar ao PSB tem o ex-deputado estadual e ex-presidente do PSDB Pedro Tobias, os ex-deputados federais Silvio Torres e Floriano Pesaro e o ex-prefeito de Sorocaba Antonio Carlos Pannunzio. Outro ex-tucano que está no núcleo duro do ex-governador é o sociólogo Fernando Guimarães, que liderou a corrente Esquerda para Valer no PSDB. Guimarães, que entrou na executiva estadual do PSB paulista recentemente, é também coordenador do movimento Direitos Já e tem feito a interlocução entre o ex-governador e líderes de movimentos da sociedade civil.

Em outra frente, Alckmin tem mantido diálogo com tucanos históricos, mas que, pelo menos por ora, não mudarão de partido. O ex-governador esteve com os ex-senadores paulistas Aloysio Nunes Ferreira e José Aníbal - que integra o grupo de dissidentes do governador e presidenciável tucano, João Doria. "Tenho conversado com Geraldo sobre política. Ele recebeu um tratamento muito aquém do seu tamanho no PSDB. Não critico a decisão (de ser candidato a vice do Lula)", disse Aníbal. Sobre a possibilidade de mudar de partido, o ex-senador afirmou que ainda está fazendo um trabalho dentro da legenda.

Apesar da estratégia de Alckmin de se aproximar de movimentos sociais progressistas, o ex-governador enfrenta resistências no PT e é alvo de críticas no campo da esquerda. "A direção do PSB foi gentil ao não nos convidar para o ato. Assim, evitamos o constrangimento de declinar", disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros. "Vamos ver quanto tempo ele vai demorar para fazer a autocrítica de suas posições neoliberais", declarou o dirigente.

No PT, a ala que é contrária à escolha de Alckmin como vice de Lula é integrada pelo ex-presidente do partido Rui Falcão, pelo ex-deputado José Genoino e por correntes mais à esquerda da legenda. Segundo petistas, uma opção ventilada é que o ex-presidente mande uma mensagem gravada no evento de filiação de Alckmin.

O ex-governador anunciou sua saída do PSDB - partido do qual foi um dos fundadores e onde estava havia 33 anos - em 15 de dezembro, após romper com Doria, seu ex-afilhado político. Alckmin, que foi a sétima assinatura na lista de presença dos fundadores do partido, disputou duas vezes o Palácio do Planalto, em 2006 e 2018, com uma agenda conservadora e discurso antipetista.

Estadão
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