Alcolumbre pressiona governo por Minas e Energia e Correios
Influente, senador já tem na sua conta ao menos duas indicações na Esplanada; Davi Alcolumbre é favorito para presidir Senado
BRASÍLIA - O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), franco favorito para ser o próximo presidente do Senado, pressiona o governo para indicar pessoas de sua confiança para o comando do Ministério de Minas e Energia e a presidência dos Correios, apurou o Estadão/Broadcast Político. A cúpula do governo federal, até o momento, não se mostrou inclinada a aceitar o pedido do senador.
Alcolumbre é um congressista influente e já tem na sua conta ao menos duas indicações na Esplanada: os ministros Waldez Góes (Integração Nacional) e Juscelino Filho (Comunicações). A partir da próxima semana, no entanto, ele terá ainda mais poder, caso seja eleito presidente do Senado.
O Ministério de Minas e Energia é ocupado por Alexandre Silveira, ex-senador e indicado ao cargo pelo atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O entorno de Pacheco nega que o senador mineiro tenha endossado um movimento contra Silveira, mas não há uma ação em curso para apoiá-lo no cargo.
Na formação do governo Lula, Pacheco avalizou a indicação de Silveira, mas houve um afastamento dos dois políticos nos últimos tempos. O presidente do Senado, inclusive, chegou a comunicar ao Palácio do Planalto que o ministro já não contempla mais sua escolha. Silveira se aproximou de Lula e da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, ao longo do governo e tem chances de se manter no primeiro escalão - mas agora como uma indicação pessoal do chefe do Executivo.
Já a cobrança por uma mudança nos Correios tem o potencial de desagradar a alguns setores. O atual presidente, Fabiano Silva dos Santos, foi indicado pelo Prerrogativas, grupo de advogados que apoia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, a estatal tem uma série de superintendências estaduais - muitas vezes de indicações de deputados e senadores da base de apoio ao governo. Uma troca no comando da empresa indicaria também a possibilidade de substituição nas sedes regionais, o que alteraria uma série de acordos já firmados pelo governo federal com parlamentares.
O Estadão/Broadcast Político procurou a assessoria de Davi Alcolumbre, mas não houve uma manifestação até a publicação desta reportagem. Aliados do provável próximo presidente do Senado dizem que ele está focado na eleição e não em negociações de cargos.
Partido de Alcolumbre, o União Brasil também pleiteia o comando do Banco do Brasil - nesse caso, porém, a negociação envolveria outros setores da legenda e não o senador. O banco estatal é hoje presidido por Tarciana Medeiros. Ela é a primeira mulher a comandar a instituição e é bem avaliada por Lula. O presidente não dá sinais de que pode trocá-la.
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