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Política

Alexandre de Moraes afirma que golpistas queriam prendê-lo e enforcá-lo em 8 de janeiro

Segundo o ministro, houve uma tentativa de planejamento e o caso é investigado

4 jan 2024 - 09h39
(atualizado às 09h53)
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Ministro Alexandre de Moraes
Ministro Alexandre de Moraes
Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

O ministro Alexandre de Moraes afirmou que os golpistas que participaram dos ataques de 8 de Janeiro à sede dos Três Poderes, em Brasília, no ano passado, tinham o plano de prendê-lo e enforcá-lo. O magistrado é relator das investigações sobre o caso no Supremo Tribunal Federal (STF), e detalhou algumas ideias do grupo. 

Em entrevista especial ao jornal O Globo, Moraes afirma que havia pelo menos três planos em relação a ele. “O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio”, esclarece. 

O último, segundo o magistrado, envolvia o enforcamento dele em praça pública. “E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, reforça.  

Conforme o magistrado, houve uma tentativa de planejamento de como essas ações ocorreriam, e há um inquérito com participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que monitorava os passos desses suspeitos, em caso de necessidade de realizar uma prisão. 

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“Tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava. Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso”, destaca. 

Sobre a tentativa de golpe, Moraes salienta que é possível chegar aos organizadores, e que em menos de um ano, mais de 30 pessoas foram condenadas pelos atos de 8 de janeiro. Moraes também defendeu a regulação das redes socias, e apontou que houve um grande movimento na web na época. 

“Elas [as redes] falharam e foram instrumentalizadas no 8 de Janeiro. Proliferaram o discurso de ódio, antidemocrático, permitindo que as pessoas se organizassem para a ‘festa da Selma, que era o nome utilizado (para o 8 de Janeiro)”, apontou. 

Moraes também afirmou que sua segurança continua a mesma desde que assumiu a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em 2014, mas aumentou a de sua família. “Eu já recebia ameaças da criminalidade organizada. O esquema é o mesmo há quase nove anos. Esses golpistas são extremamente corajosos virtualmente e muito covardes pessoalmente. Então, chegam muitas ameaças, principalmente contra minhas filhas, porque até nisso eles são misóginos. Preferem ameaçar as meninas e sempre com mensagens de cunho sexual. É um povo doente”, declarou. 

Fonte: Redação Terra
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