Aliados fazem 'mapa de votos' e consideram que Bolsonaro será condenado no TSE
Composição no Tribunal Superior Eleitoral não deve ser favorável para o principal nome do PL
Filiados do Partido Liberal (PL) e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro já fazem contas e montam um 'mapa dos votos' para avaliar as chances do ex-chefe do Executivo em um futuro julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão pode torná-lo inelegível.
Segundo a coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo, nesta sexta-feira, 20, fontes próximas a Bolsonaro acreditam que o ex-presidente será condenado por abuso de poder político durante a campanha de 2022, o que o impediria de disputar eleições pelos próximos oito anos. Mas aliados do ex-presidente avaliam o tamanho desta derrota no TSE.
A Corte é composta por alguns desafetos de Bolsonaro, como o ministro Alexandre de Moraes, que presidente do tribunal. Além dele, aliados também colocam Cármen Lúcia e o ministro Benedito Gonçalves votando contra o ex-presidente.
Neste ano, porém, haverá troca de postos, que pode diminuir a quantidade de votos que condenem Bolsonaro. É o caso da cadeira de Ricardo Lewandowski, ministro que deixará a Corte em maio para se aposentar. Em seu lugar, entrará o ministro Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro e com histórico de votos a favor dele.
Essa vantagem, porém, não deve fazer diferença, já que outros dois integrantes do TSE deixam seus cargos (Sérgio Banhos e Carlos Horbach) e caberá a Lula escolher os substitutos. Horbach até pode ser reconduzido à cadeira, mas bolsonaristas acham muito improvável e apostam que Lula indique nomes que podem levar Bolsonaro à condenação.
Os únicos votos a favor de Bolsonaro seriam do já citado Nunes Marques e do ministro Raul Araújo, que tem um histórico de votos conservadores, indicando que não seria contrário à absolvição do ex-presidente da República. Com isso, a estimativa é que Jair Bolsonaro seja condenado por 5 votos a 2.
Com a derrota, Bolsonaro até poderia recorrer e o caso seria levado ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas aliados ressaltam que o clima para o ex-presidente também não é bom na Suprema Corte, ainda mais após as declarações em ataque ao STF durante a Presidência.