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Política

Alunos do curso de formação foram um terço dos policiais na segurança do 8 de janeiro, diz relatório

Documento indica que expectativa de 'baixa adesão' levou à mobilização de apenas 580 policiais antes dos atos golpistas

10 jun 2023 - 16h10
(atualizado às 18h11)
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Golpistas removem grades de proteção durante a invasão da Praça dos Três Poderes
Golpistas removem grades de proteção durante a invasão da Praça dos Três Poderes
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Quase um terço do efetivo da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) disponível previamente para tentar conter o avanço golpista sobre a Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro era composta de alunos da Academia de Polícia Militar de Brasília. Foi o que declarou a corporação em relatório sobre as manifestações apresentado à CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Segundo o documento, o efetivo total mobilizado antecipadamente no dia 8 de janeiro foi de 580 policiais, dos quais 179 (mais de 30%) eram alunos do Curso de Formação de Praças. A quantidade ainda é menor do que a que foi solicitada pelo Departamento de Operações (DOP) do órgão, que havia demandado o emprego de "cerca de 200? alunos na Esplanada dos Ministérios a partir das 7 horas, além da liberação do restante do efetivo de estudantes (cerca de cem) para a tarde.

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Então, às 10 horas do dia 6 de janeiro, a SSP-DF reuniu "diversas instituições, órgãos e agências, tanto do âmbito distrital como federal" para definição estratégica de atuação a respeito dos protestos previstos para o fim de semana. "Foram expostas informações preliminares acerca dos chamamentos que vinham sendo realizados pelas redes sociais, especialmente por grupos de WhatsApp, e da, até então, baixa adesão e pouco engajamento verificados pelos órgãos de inteligência, no que tange às manifestações previstas", aponta o relatório da PMDF. O então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, não participou da reunião.

Até então, não havia número de ônibus registrados para o ato e, a partir desses "indicativos de baixa adesão", a polícia afirma que "empregou recursos operacionais com vistas a assegurar e preservar a ordem pública no centro de Brasília, sem prejuízo da realização de policiamento em outras regiões da capital". Foi essa previsão que levou ao emprego de apenas 580 policiais, dos quais 179 eram alunos em formação.

Adesão cresce após reunião

As previsões mudaram logo depois da reunião de planejamento. Ainda no dia 6, às 14h15, a ANTT informou novos dados, com o registro de 23 ônibus e um total de 797 passageiros. Às 17h50, os números da ANTT chegaram a 43 ônibus com 1.622 passageiros. No dia 7, já eram 105 veículos e 3.951 pessoas. No dia 8, às 9h46, o registro apontava 133 ônibus, com 5.021 passageiros.

Durante o fim de semana, a polícia fiscalizou a entrada de 132 ônibus envolvidos no ato, cujos passageiros se juntaram aos cerca de 200 extremistas que já estavam no acampamento na frente do Quartel-General do Exército no Distrito Federal e marcharam em direção aos prédios dos três Poderes, a partir das 13 horas do dia 8 de janeiro.

A polícia aponta que, a princípio, a mobilização se mostrava pacífica, mas que houve a detenção de "indivíduos que portavam rojões, estilingues e outros materiais que poderiam colocar em risco à incolumidade física dos participantes". Por volta das 14h30, os golpistas teriam chegado à primeira linha de abordagem policial antes da Esplanada dos Ministérios, cuja entrada estava proibida. O relatório aponta que eles furaram o bloqueio e que "ficou inviabilizada qualquer abordagem por aquela tropa".

A segunda linha também foi rompida rapidamente, permitindo a invasão do Congresso, do Palácio do Planalto e do Senado Federal. Apenas às 15 horas, quando a invasão já havia começado, a PM-DF acionou os policiais do Complexo Administrativo que estavam em sobreaviso. Eles então se deslocaram até a Academia de Polícia para só então serem mobilizados para as sedes dos Poderes.

O relatório da PM-DF foi enviado à CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal, que investiga a atuação dos entes públicos durante a invasão de 8 de janeiro. Uma CPMI aberta no Congresso também atua nesse sentido.

Estadão
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