Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Analistas: 'faxina ética' de Dilma ameaça coalizão do governo

18 ago 2011 - 16h01
(atualizado às 16h58)
Compartilhar

A "faxina ética" liderada pela presidente Dilma Rousseff, que já custou o cargo de três ministros por suspeitas de corrupção, pode ameaçar sua diversificada coalizão de governo, segundo analistas políticos. A última queda foi do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, influente dirigente do PMDB, que renunciou na quarta-feira ao cargo que tinha desde o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Para substituí-lo, Dilma designou nesta quinta Mendes Ribeiro Filho, também do PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer.

<p>No dia 15 de março, a presidente Dilma Rousseff fez sua primeira substituição na Esplanada dos Ministérios em 2013, trocando o pedetista Brizola Neto (dir.) pelo secretário-geral da legenda, Manoel Dias (SC), no comando do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ele já havia sido cotado para comandar o MTE quando Carlos Lupi caiu por denúncias de corrupção. Dias é um pedetista histórico e ajudou a fundar o partido em 1980 ao lado de Leonel Brizola e de Dilma Rousseff</p>
No dia 15 de março, a presidente Dilma Rousseff fez sua primeira substituição na Esplanada dos Ministérios em 2013, trocando o pedetista Brizola Neto (dir.) pelo secretário-geral da legenda, Manoel Dias (SC), no comando do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ele já havia sido cotado para comandar o MTE quando Carlos Lupi caiu por denúncias de corrupção. Dias é um pedetista histórico e ajudou a fundar o partido em 1980 ao lado de Leonel Brizola e de Dilma Rousseff
Foto: Arte / Terra

O primeiro a cair nesta "faxina ética" foi o influente Antonio Palocci, histórico dirigente do PT que renunciou como ministro da Casa Civil em junho, após escândalo de aumento de patrimônio. No mês seguinte, foi a vez da demissão de Alfredo Nascimento, até então ministro dos Transportes e presidente do PR, que nesta semana retirou a legenda da coalizão governante para adotar uma posição de "independência" e "apoio crítico".

À margem das denúncias, Dilma perdeu também o ministro da Defesa, Nelson Jobim, também "herdado" de Lula, que renunciou após confessar que nem sequer tinha votado nela nas eleições de 2010.

Rossi caiu, mas nada indica que a "faxina" acabe por aí, pois a oposição exige a saída do titular de Turismo, Pedro Novais, cujo secretário-executivo Frederico Silva da Costa foi detido na semana passada com suspeito de fraudes.

Em relação a corrupção, imprensa e analistas destacaram sua decisão de não interferir na atuação da polícia e dos órgãos controladores do Estado, além do contraste em relação à gestão Lula, que foi alvo da oposição que acusou de "amparar" corruptos para garantir a governabilidade.

Se agora a palavra é limpeza, será difícil frear este processo perante essa sujeira acumulada durante os oito anos de um governo cúmplice, afirmou nesta quinta-feira o editorial o jornal O Globo. O periódico paulista Folha de S.Paulo também dedicou seu editorial à situação política e afirmou que Dilma tem pleno apoio popular. No entanto, disse que o PMDB, que durante os últimos anos se envolveu em diversos escândalos, "segue no governo" e agora é "menos confiável do que nunca", pois um de seus dirigentes, como Rossi, foi alcançado pela "vassoura" de Dilma.

Segundo Rudolfo Lago, editor do portal de análise política Congresso em Foco, Dilma deve ser "cautelosa", pois pode "perder o controle das vassouras" e ver uma faxina "muito maior do que gostaria". Os temores na base de apoio à mandatária são compartilhados e expressados por parlamentares até do governo, como o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que afirmou que "Dilma corre o risco de ter problemas por seus acertos e não por seus erros", o que qualificou de "horrível".

O pedetista disse confiar, no entanto, na "sensatez" dos partidos e citou como "esperança" uma frente suprapartidária criada nesta semana no Congresso para apoiar a cruzada de Dilma contra a corrupção. Já o senador Pedro Pedro Simon (RS), também dessa frente e expoente histórico do PMDB, afirmou nesta quinta-feira que o grupo tentará gerar um movimento na sociedade civil para "impedir que Dilma fique só". Segundo Simon, a presidente "está fazendo contra a corrupção tudo o que seus antecessores não fizeram em mais de 20 anos", por isso que "é preciso tirar as pessoas à rua para apoiá-la".

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra