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Política

André Vargas e doleiro seriam sócios em diversas operações

5 abr 2014 - 22h25
(atualizado às 22h28)
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<p>Deputado André Vargas na tribuna da Câmara</p>
Deputado André Vargas na tribuna da Câmara
Foto: José Cruz / Agência Brasil

Novas denúncias reforçam a ligação do vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), com o doleiro preso pela Polícia Federal Alberto Youssef, apontou o Jornal Nacional. Em um trecho de mensagem, o doleiro faz deboche durante uma negociação para conseguir recursos públicos. A reportagem da revista Veja revelou mensagens telefônicas interceptadas pela PF que indicam que o deputado e Youssef eram sócios em diversas operações. O parlamentar ajudaria a localizar projetos dentro do governo pelos quais poderiam desviar dinheiro público.

No dia 19 de setembro do ano passado, o deputado André Vargas e o doleiro conversaram sobre um contrato em estudo no Ministério da Saúde para a produção de medicamentos com um fabricante de medicamentos genéricos EMS e o laboratório Labogen. Segundo a Veja, o doleiro é um dos donos do laboratório Labogen, uma empresa de fachada. Na troca de mensagens, Youssef diz para o deputado: "Cara, estou trabalhando, fica tranquilo. Acredite em mim. Você vai ver quanto isso vai valer... Tua independência financeira e nossa também, é claro...".

A TV Globo também teve acesso ao material e mostrou que a conversa terminou pouco depois das 21h com risadas do doleiro: "kkkkk...". Mais tarde, às 21h50, os dois voltaram a se falar por mensagens. O doleiro disse para o deputado que um dos responsáveis pelo Labogen, Pedro Argese, já estava com documento da parceria com o fabricante de genéricos. O deputado diz na mensagem: "Bati um longo papo com Pedro e ele estava com documento de parceria com EMS". No dia seguinte, as mensagens revelam dificuldades no negócio. Youssef diz que está "enforcado" e que precisa de ajuda para captar. O petista responde: "Vou atuar".

O Ministério da Saúde chegou a firmar um termo de intenção com o laboratório Labogen para a compra dos medicamentos que seriam produzidos em parceria com o laboratório da Marinha. Mas na semana passada, depois das primeiras denúncias, a negociação foi suspensa e uma sindicância foi aberta. Vargas ocupou, na semana passada, a tribuna da Câmara para dar explicações sobre a viagem que fez com a família, em 3 de janeiro, usando um jatinho providenciado por Youssef.

O doleiro está preso desde 17 de março, suspeito de participar de um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões, segundo a PF. O deputado disse que conhece Youssef como empresário há mais de 20 anos e que não sabia do envolvimento dele com irregularidades. Sobre o jatinho, disse que tentou, mas terminou não pagando o combustível usado na viagem. A empresa de táxi aéreo afirmou que o serviço custou R$ 100 mil.

Apesar das interceptações de mensagens, Vargas disse que o doleiro não lhe ofereceu qualquer vantagem financeira e negou as acusações. Em nota, o deputado disse que está tranquilo, à disposição para qualquer esclarecimento de todas as instâncias que assim desejarem. A assessoria do laboratório EMS, disse que a empresa não tem contrato direto com a Labogen.

Fonte: Terra
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